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Como crise econômica afetou Argentina e custou 30 medalhas no Pan-2023

Equipe feminina da Argentina festeja um gol no hóquei sobre grama do Pan Imagem: Felipe Poga/Santiago 2023 via PHOTOSPORT

Do UOL, em Santiago (CHI)

05/11/2023 04h00

Há quem se pergunte o que está acontecendo com a Argentina nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Nesta edição, o país conquistou 71 medalhas (14 ouros, 24 pratas e 32 bronzes) e figura em sétimo lugar no quadro. Os números ficam ainda mais surpreendentes comparados ao Pan de Lima, em 2019, quando a delegação levou 30 medalhas a mais, com mais que o dobro de ouros de agora e acabou na sexta colocação. Tudo isso é reflexo da crise econômica que assola os argentinos.

Em Santiago, a Argentina subiu ao lugar mais alto do pódio apenas em 14 oportunidades, cinco vezes ontem, inclusive, e no último dia, hoje, tem boas perspectivas somente na pelota basca e squash. Em Lima, a delegação conquistou 33 medalhas de ouro. O UOL foi atrás para entender a decadência com a falta de investimento no esporte nos últimos quatro anos.

"A crise econômica impactou o resultado, o tema da inflação, crise cambial. O nosso peso não vale mais nada. A ida ao exterior dos atletas para se preparar fica muito cara e isso tem consequências. Além disso, o Ente Nacional de Alto Rendimento (Enard) era financiado, por lei, com 1% de impostos sobre a telefonia celular. Por decreto presidencial, esse percentual foi retirado e agora o dinheiro para o funcionamento do Enard sai do tesouro nacional. E obviamente, não alcança o capital que era cobrado da forma anterior", explicou Maria Eugenia Mastri, repórter enviada a Santiago por La Voz del Interior, de Córdoba, ao UOL.

"Tudo isso se refletiu nos resultados desses Jogos de Santiago, em contrapartida do que aconteceu em Lima, por exemplo, que tivemos um processo de oito anos de preparação em vários esportes. Agora isso não aconteceu", acrescentou a jornalista.

Em 2017, o ex-presidente Maurício Macri sancionou o decreto que revogou o financiamento do Enard através das operadoras de telefonia móvel. Em setembro deste ano, Sergio Massa — ministro da economia e candidato à presidência da Argentina — apresentou um projeto de lei que visa retomar o incentivo ao esporte por meio de impostos.

A ideia de Massa, candidato da situação e líder das pesquisas na corrida contra Javier Milei, é devolver a autonomia ao Enard com impostos sobre as chamadas "bebidas brancas", expressão usada para fazer referência às bebidas alcoólicas destiladas.

"[A lei é para que] nossos atletas olímpicos não tenham de ficar implorando por bolsas, e na verdade o que fazemos é resolver duas questões na mesma lei. Quando escolhemos o esporte, escolhemos para substituir outros problemas que a sociedade tem: drogas e álcool", disse o ministro.

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