OPINIÃO
Verstappen consolida maior domínio da F1 em dia de brilho de Alonso
Fábio Seixas
05/11/2023 16h21
A F1 realiza neste ano sua 74ª temporada.
Ao longo desses anos, 897 homens e mulheres largaram para um GP.
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Nenhum deles jamais fez uma temporada tão massacrante como Max Verstappen.
Aos 26 anos, o holandês estabeleceu neste domingo o maior domínio de um piloto na história da categoria. Conseguiu, em Interlagos, sua 17ª vitória no ano. Com isso, mesmo que não vença os dois GPs que restam no calendário, fechará o Mundial com 77,3% de vitórias.
Bate, assim, uma marca que já durava 71 anos, quase que toda a existência do esporte: os 75% de Alberto Ascari em 1952 _o italiano venceu 6 das 8 etapas naquele ano.
Michael Schumacher não conseguiu, Jim Clark não conseguiu, Sebastian Vettel não conseguiu.
Verstappen chegou lá.
O triunfo deste domingo, o segundo do holandês no Brasil, veio com facilidade.
Largando na pole, ele sofreu alguma pressão de Lando Norris no início da corrida, mas logo começou a abrir vantagem e se livrou do incômodo.
O inglês da McLaren, aliás, foi um dos destaques do dia. Logo na largada deu um show e pulou de sexto para segundo. A partir daí, repetiu o ritmo forte da corrida sprint e sacramentou seu sétimo segundo lugar na F1 _um dia, em breve, a vitória vai chegar.
Mas o grande nome do domingo em Interlagos estava no degrau mais baixo do pódio.
Alonso foi heroico neste domingo. Ao volante da Aston Martin, o espanhol segurou a Red Bull de Sergio Pérez atrás de si por toda a parte final da corrida. Foi superado pelo mexicano na penúltima volta, mas não se deixou abalar: pisou forte no acelerador e recuperou a posição com uma ultrapassagem no limite da freada, no fim da Reta Oposta, na última volta.
Foi uma batalha épica, de perder o fôlego, encerrada com uma vantagem de apenas 0s053.
"Quando ele me passou, eu achei que o pódio tinha ido embora. Mas daí ele deu uma errada na freada da curva 1 e eu resolvi tentar de novo", explicou o espanhol, ao fim da corrida.
Pérez, ao menos, saiu do GP aliviado com sua situação no campeonato. Porque a Mercedes de Hamilton andou para trás em Interlagos. O heptacampeão terminou apenas em oitavo.
Com isso, a diferença entre os dois subiu de 20 para 32 pontos. A não ser que faça muitas besteiras em Las Vegas e Abu Dhabi, o mexicano assegurou o vice-campeonato _e o emprego.
Verstappen vai parar por aqui? Vai estancar nos 77,3%? Duvido. Há mais dois GPs para ele engrossar esse número.
Se a marca de Ascari durou 71 anos, o novo recorde estabelecido pelo holandês tem de tudo para ser eterno.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL