Brasil quebra recordes e tabus históricos no Pan 2023 de Santiago
Colaboração para o UOL, em Atibaia (SP)
06/11/2023 04h00
O Time Brasil tem muitos motivos para comemorar os resultados obtidos nos Jogos Pan-americanos de Santiago. Foi a melhor campanha da história brasileira, superando Lima-2019. E a trajetória foi construída com novos recordes estabelecidos e com a quebra de alguns tabus.
Marcas importantes
Na primeira semana, parecia impossível superar México e Canadá, que dispararam no quadro de medalhas. O Brasil foi o quarto colocado até o nono dia de competições, quando superou os canadenses; no dia seguinte, os mexicanos ficaram para trás.
O segundo lugar geral, atrás apenas dos EUA, foi conquistado com sobras: 66 ouros, 77 pratas e 66 bronzes — 205 pódios. Quatorze ouros a mais que o México e 63 medalhas a mais.
O resultado deixou o Comitê Olímpico do Brasil bastante satisfeito. Rogério Sampaio, CEO do COB, destacou que muitas medalhas foram conquistadas por atletas jovens, e projetou um futuro com ainda mais recordes.
Estou feliz porque nós tínhamos objetivos aqui. Ultrapassar 200 medalhas é a realização de um sonho. A gente conseguiu aumentar o resultado em Lima e foi um grande feito. A gente sabia que seria difícil ultrapassar essas medalhas que conseguimos há quatro anos. Eu vibrei muito e me emocionei com a conquista dos atletas. O resultado aponta para um futuro muito promissor em diversas modalidades, porque muitos foram conquistados por atletas jovens. Esse resultado é fruto do trabalho de um grande número de pessoas e é importante frisar o trabalho do COB com as confederações de todas as modalidades, que vem buscando o aprimoramento no conhecimento e na nossa relação. Essa somatória de esforços fez com que esses resultados fossem possíveis. Rogério Sampaio, CEO do COB
O UOL lista, a seguir, recordes e tabus quebrados pelos brasileiros no Pan 2023.
Tênis
Tradicional no evento, com 37 medalhas antes de Santiago-2023, o Brasil fez a segunda melhor campanha de sua história neste Pan, com cinco pódios (três ouros, uma prata e um bronze). Em São Paulo-1963, a delegação brasileira conseguiu seis medalhas — uma prata a mais.
Boxe
O Time Brasil conquistou quatro medalhas de ouro — Carol Naka, Jucielen Romeu, Bia Ferreira e Bárbara dos Santos —, o que já seria suficiente para consolidar a melhor campanha da história, mas não parou por aí. Foram 12 medalhas, a maior quantidade de pódios em uma edição de Pan, com nove vagas olímpicas garantidas.
Mulheres brilhando
A campanha histórica do boxe mostrou uma tendência que se confirmou no quadro de medalhas — mais mulheres (95) que homens (92) subiram ao pódio.
Hugo Calderano
O mesa-tenista conseguiu o tricampeonato no torneio individual em Santiago — além do ouro por equipes. Ele foi o primeiro brasileiro a realizar o feito, somando agora oito medalhas pan-americanas.
Flávia Saraiva
Com as cinco medalhas conquistadas em Santiago — quatro de prata e uma de bronze —, a ginasta chegou a dez, tornando-se a atleta mulher com mais medalhas em Jogos Pan-americanos. Ela igualou a ex-ginasta Daniele Hipólito e a nadadora Larissa Oliveira.
Beisebol
Não foi à toa que o beisebol roubou a cena no Pan. O Brasil nunca havia conseguido um lugar no top-4, mas em Santiago as coisas mudaram. Vencendo várias seleções tradicionais, como Venezuela e Cuba, os brasileiros chegaram à final e ficaram com a medalha de prata, após serem derrotados pela Colômbia.
Ginástica rítmica
Absoluto, o Brasil mostrou que atravessa o melhor momento da modalidade na história ao conquistar todas as provas — oito. Além disso, foram quatro medalhas de prata e três bronzes nas provas individuais, com toda a equipe brasileira conquistando ao menos uma medalha.