Provocações, vibração e 'invasão': como é uma batalha de breaking
Em meio à escuridão, vários spots de luz branca iluminam o centro do ambiente. A música ecoa alta ao fundo, fazendo com que o espectador sinta a vibração. Um círculo de pessoas forma um espaço vazio ao centro. É nele que acontecem as batalhas de breaking, modalidade que estreia nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
Provocações e respeito
A reportagem do UOL acompanhou, no último fim de semana, o Undisputed Masters, em São Paulo, torneio internacional que aconteceu pela primeira vez no Brasil.
Os confrontos são rápidos: até três rounds de cerca de cinco minutos na categoria individual e até cinco rounds de dez minutos na de grupos — na final, o número pode aumentar.
Em cada round, os competidores se apresentam um por vez, e ao final o júri decide qual dos atletas foi melhor. Em um tablet, eles votam, e o resultado aparece em tempo real em um telão disposto para a torcida.
As provocações são permitidas durante as batalhas. Enquanto o adversário se apresenta, vale simular uma partida de cartas, assistir deitado ou até fazer gestos obscenos. A única coisa que não é permitida é tocar no oponente. Se isso ocorrer, os mediadores do duelo intervêm imediatamente.
Ao final, o respeito prevalece: abraços e palmas são puxados por quem ganhou para quem perdeu. O derrotado se une à platéia e se torna mais um espectador.
Vibração da audiência
Durante cada confronto, o público vibra ao som da música escolhida pelo DJ para aquela batalha. Cada movimento mais ousado e acrobacia feita pelos competidores empolgam quem acompanha. A habilidade corporal impressiona. E se o resultado do segundo round dá empate aos oponentes, aí sim a plateia enlouquece.
Nos intervalos entre as fases, é comum que o rap domine o ambiente e seja entoado em uníssono pelos espectadores ou em uma batalha entre os Mestres de Cerimônias (MCs). A plateia também dança breaking enquanto espera.
Crianças "invadem"
Em meio a um público majoritariamente masculino, a presença de várias crianças se destaca no ambiente. Os espectadores vibram quando elas "invadem" o espaço de batalha, mas vaiam quando os seguranças aparecem.
Quem é do breaking valoriza que essas crianças estejam lá. É uma forma de passar a cultura adiante. "Ter as crianças perto da gente nos eventos, nos treinos, nos ambientes culturais, é uma coisa que faz diferença em ambas as vidas. É uma coisa cultural, a cultura salva vidas e inspira", afirma o B-boy Luan Son.
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