Em último Parapan da carreira, nadador quer despedida com 50º pódio
As braçadas não significam apenas uma briga pelo pódio, mas também que a despedida se aproxima. Um dos atletas mais experientes da delegação brasileira, o nadador Phelipe Rodrigues disputa o último Parapan-Americano da carreira em Santiago, mas ainda tem metas.
Aos 33 anos, Phelipe está na quarta edição do torneio e revela que desde a participação nas Paralimpíadas de Tóquio, em 2021, desenhou esse Parapan como o fim de um ciclo.
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Estou me preparando para minha despedida desde Tóquio. Desde aquela época, decidi que o Parapan seria o divisor de águas. Venho ao meu último com uma cabeça muito tranquila e feliz de poder estar representando o Brasil Phelipe Rodrigues
Phelipe nasceu com o pé torto congênito (direito) e compete na classe S10. No Chile, conquistou três medalhas até aqui — ouro nos 50m livre, especialidade dele, no 100m borboleta e 100m livre, além do bronze nos 200 medley. Falta uma para alcançar o que traçou, e ainda vai nadar duas provas: 100m costas e revezamento 4x100m livre 49 pontos.
"Minha maior meta é mostrar que ainda sou capaz de trazer bons resultados, mesmo no final da minha carreira, e, principalmente, atingir a marca de 50 medalhas nas maiores competições do mundo (Parapan, Mundiais e Paralimpíadas). Eu tinha 45 antes de desembarcar em Santiago", disse.
Sobre a trajetória em Parapans, o nadador não pensa duas vezes ao eleger o que mais marcou. "O que mais me orgulho é a edição de Lima, na qual fui o atleta que mais conquistou medalhas na competição incluindo todas as modalidades em apenas uma edição. Foram sete ouros e um bronze".
Após o adeus em Santiago, Phelipe admite que ainda vai analisar a possibilidade de estar nas Paralimpíadas de Paris, no ano que vem.
"Primeiramente, preciso tirar um tempo para mim mesmo, organizar as minhas ideias e planos futuros. Mas, no próximo ano, pretendo me mudar para o exterior [na Inglaterra, onde mora a esposa e ex-nadadora paralímpica Liz Johnson], focar em outros projetos pessoais para que eu possa dar continuidade na minha vida e, a partir disso, avaliar se vale ou não apenas seguir até Paris", apontou.
Paixão pela fotografia
Além da natação, Phelipe tem uma outra paixão: a fotografia. A relação começou por acaso, mas hoje está bem presente na vida do atleta e já o levou a lugares inusitados.
"Comecei a curtir fotografia através do Saulo Cruz, que já é fotógrafo da seleção e hoje é um grande amigo. Gostei e fui desfrutando cada vez mais", lembrou.
"A fotografia já me levou para vários lugares. Um deles foi a Cidade do Cabo, na África do Sul, quando fui chamado para tirar fotos de uma equipe britânica de cricket. Não conhecia muito o esporte, mas decidi aceitar o desafio e conhecer novos horizontes. Foi uma experiência única", completou.
Outros esportes
Phelipe, que tem uma superstição de usar meias e tênis de pares diferentes durante as competições, tem outros esportes na lista de hobbies e a água está presente para além da natação:
"Quando estou de férias, adoro praia e passo o dia inteiro fazendo kitesurfe, windsurfe ou surfando. Também pratico tênis. Quando estou em período de treino, gosto muito de jogar no computador ou videogame, que é uma forma de me divertir e me distrair sem que eu me canse para não prejudicar as atividades e competições".