O basquete masculino brasileiro ainda luta para estar nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, mas Anderson Varejão aponta que há uma nova geração de "talento e qualidade" e acredita que há força para buscar a vaga.
Embaixador Global do Cleveland Cavaliers, da NBA, Varejão está no Brasil para participar do "Mano a Mano", evento que terá desafio de basquete 3x3 e será realizado amanhã (26), no Forte de São João, na Urca, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Integrante do grupo que conquistou o ouro no Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003, e que atuou nas Olimpíadas de Londres, 2012, ele salienta que a mescla atual pode render frutos.
"Temos uma nova geração, de muito talento e qualidade, que subiu e está conquistando espaço na seleção. Está sendo muito bom ver isso. Jovens como Yago, Georginho, Gui e Didi, que já fazem parte do grupo há algum tempo, além de outros como Reynan, que vai estar na [seleção] adulta em breve, estão ao lado de outros mais experientes como Raulzinho, Huertas, Felício e Benite. É uma transição, uma nova geração que combina com essa mescla de jogadores com mais bagagem, e acredito na força desse grupo para brigar pela vaga olímpica", disse ao UOL.
Nos Estados Unidos, país com a principal liga de basquete do mundo, Varejão atuou no Cavs por 12 temporadas, e também defendeu o Golden State Warriors.
E como não poderia deixar de ser, foi questionado sobre Victor Wembanyama, do San Antonio Spurs. Com 19 anos e 2,24 m, ele chamou a atenção durante a pré-temporada, vem ganhando fãs e desponta como futura estrela da NBA.
"É um jovem de muito talento, com enorme potencial, disso ninguém tem dúvidas. Mas é preciso ter calma, não jogar sobre os ombros dele uma pressão e uma carga que ele não precisa agora. Wembanyama ainda vai se desenvolver bastante, é alto, sabe usar seu tamanho, tem uma envergadura impressionante, bom arremesso e muito recurso, vai se adaptar melhor ao jogo da NBA a cada dia, a cada jogo, a cada temporada", apontou.
Varejão se aposentou das quadras em 2021, após um vínculo de 10 partidas com o próprio Cleveland Cavaliers. No início deste ano, foi anunciado como Consultor de Desenvolvimento de Atletas e Embaixador Global:
"Ainda estou me acostumando com as novas funções, em estar 'do outro lado', mas está sendo bem bacana. Tanto no dia a dia com a equipe, no escritório ou na quadra, quanto nas ações dos Cavs, com as que temos promovido no Brasil, tudo está sendo um grande aprendizado. Está sendo melhor do que eu imaginava, estou gostando muito".
O Mano a Mano vai começar com um amistoso de 3x3 entre as seleções masculinas do Brasil e da Sérvia, e as femininas do Brasil e Argentina. Depois, será disputado por duas equipes. Entre os estrangeiros, os norte-americanos Mario Chalmers e Brandon Rush, o francês Ian Mahinmi e o argentino Walter Herrmann. O lado brasileiro terá Marquinhos, Rafael Babby, Alex Brabo e Anderson Varejão.
Veja outras respostas de Varejão
O que acha do 3x3? Acredita que ajude na popularização do basquete?
Acho o 3x3 muito bacana de se assistir, divertido de se jogar, é uma modalidade que permite que qualquer um jogue. O fato de ser um jogo mais rápido, com duração mais curta, faz com que seja emocionante e eletrizante durante todo o tempo, pelo equilíbrio e pelo fato de ser decidido em detalhes. O 3x3 vem crescendo muito e, sem dúvidas, isso é muito bom para todos que amam o basquete.
Como tem sido ser embaixador dos Cavs?
Estou muito feliz porque, além de ser um reconhecimento e um prazer seguir vestindo a camisa da organização, o Cleveland está com os olhos e os pés no Brasil. Isso é sensacional. É a primeira franquia da NBA que chega ao nosso país com essa atenção e isso é, realmente, especial. Desde que os Cavs anunciaram a vinda para cá, a receptividade foi sempre a melhor possível por onde passamos, com quem encontramos, o carinho e a paixão do fã brasileiro é algo que o Cleveland reconhece, admira e respeita, então é uma relação que tem tudo para se tornar cada vez mais forte.
Os Cavs têm olhado a modalidade, que vem ganhando espaço?
Estamos no Brasil para ajudar no desenvolvimento do basquete como um todo, para estarmos próximo dos fãs, nas comunidades, perto das crianças, com diversas iniciativas dentro e fora das quadras. Tudo que envolver basquete, sejam clínicas, camps, conteúdos, basquete 5x5, 3x3, é interessante e importante para o crescimento da modalidade. Estamos planejando algumas ações para 2024, mas ainda é surpresa.
Como o Brasil entra na rota dos Cavaliers e da NBA?
Esta será a minha terceira 'visita' ao Brasil como Embaixador Global e Consultor de Desenvolvimento de Atletas do Cleveland. E está sendo muito bom, principalmente porque nunca tive a chance de vir tanto ao Brasil durante uma temporada (risos). Brincadeiras à parte, está sendo muito bom e importante esse plano do Cavs no país. Aos poucos, vamos intensificar as atividades, vem muita coisa bacana por aí ainda, mas é tudo surpresa ainda.
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