Ainda sem poder treinar, Zanetti busca convocação para última Olimpíada
Quase dois meses depois de passar por uma cirurgia no ombro e ainda sem poder subir nas argolas, Arthur Zanetti ainda sonha com uma última Olimpíada. Fora das Copa do Mundo no ano que vem, ele precisa ser o escolhido pela comissão técnica para ocupar uma vaga individual do Brasil nos Jogos de Paris.
Como não conseguiu classificação por equipes, o país por enquanto pode levar dois ginastas às Olimpíadas: Diogo Soares, classificado nominalmente, e um escolhido pela comissão técnica. Uma terceira vaga pode sair pelo circuito de Copas do Mundo por aparelhos, entre fevereiro e março do ano que vem.
Mas, por causa da lesão, Zanetti, de 33 anos, não estará apto a participar delas. "Acredito que para as Copas do Mundo vai ficar meio em cima. Devem ir os outros atletas da seleção, e acredito que eles vão conseguir. Não que seja um caminho fácil, mas outros atletas do mundo já conseguiram suas vagas [e não competem]. Eu vou lutar por essa vaga do Brasil, que vai estar no bolo de um monte de atletas", explicou.
A tendência é que Arthur Nory, Bernardo Actos Miranda e Yuri Guimarães disputem as Copas do Mundo, com maiores chances para Nory, na barra fixa. Aí, pela outra vaga, de escolha da comissão técnica, concorreriam Bernardo, Yuri, Zanetti e Caio Souza, ginasta mais completo do país, que rompeu o tendão de Aquiles em agosto.
Zanetti se lesionou há dois meses. Ele foi ao Mundial, mas não participou por causa de um quadro gripal que o tirou de diversos treinos, e na volta reclamava de dores. Depois, teve detectada lesão, que exigiu cirurgia.
"Passei no médico ontem [quarta], ele liberou para começar a fazer algumas coisas de braço, fortalecimento. Vai ser coisa ridícula, coisa de 2 kg para fazer bíceps. A gente já vai começar a fazer essa parte e se preparar. Acredito que vou entrar no ano zerado, podendo subir no aparelho, e treinar muito para ir às Olimpíadas", comentou.
A participação em Paris, se confirmada, seria a última do ginasta que foi a três edições dos Jogos e já ganhou duas medalhas — um ouro e uma prata. "É minha última Olimpíada. É definitivo. Em Tóquio eu falei: 'acho que vai ser minha última, mas tive incentivo de família, amigos, e até adversários, para continuar. Mas Paris é a última mesmo. Nem que alguém insista, não vai conseguir me convencer."
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