Banheira de gelo e sala de estudos: os segredos do CT onde Rebeca treina
O UOL visitou o centro de treinamento da equipe de ginástica artística do Time Brasil, no Parque Olímpico Rio de Janeiro, e descobriu alguns segredos por trás da casa das atuais vice-campeãs mundiais Jade Barbosa, Rebeca Andrade, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Júlia Soares. Tem até sala específica onde Flavia e Rebeca concluíram os estudos.
Se você fechar os olhos e imaginar o CT, deverão vir imagens de um enorme solo, trampolins, traves, barras, colchões... Realmente tem e, para subir no solo é preciso estar descalço, mas acontece que esses aparelhos têm um toque especial. São exatamente da mesma marca e materiais dos utilizados nas Olimpíadas de Paris. Isso faz muita diferença, segundo atletas e comissão técnica, já que é como se o time pudesse treinar com frequência no gramado do adversário.
"É muito importante, porque o resultado que vocês veem durante as competições são frutos de um trabalho que começa ali na espuma, nos detalhes de cada aparelho", comentou Jade Barbosa, que estava treinando enquanto a reportagem fez a visita antes do Prêmio Brasil Olímpico.
A área também conta com painéis decorativos com imagens das grandes conquistas dos atletas, o que também serve de motivação a todos que passam por lá e sonham em ter o rosto estampado. Agora, as medalhistas mundiais deste ano ganharam um espaço especial.
Para a melhor performance possível tanto em competições como em treinamento, o Time Brasil também montou uma infraestrutura especializada à ginástica no próprio CT.
"A gente trabalha aqui junto aos nossos profissionais que fazem essa recuperação para que no outro dia eles cheguem praticamente zerados e consigam dar continuidade à sua parte técnica. A gente tem uma máquina de gelo bem grande e enchemos as banheiras. Toda a parte de recuperação é feita por grandes profissionais que se especializaram na ginástica por ser uma modalidade muito difícil", falou Juliana Fajardo, gestora esportiva do COB.
Desta maneira, os atletas não precisam caminhar para outros prédios do Parque Olímpico e têm tudo à disposição: refeitório, fisioterapia focada em prevenção de lesões com banheiras gigantes de crioterapia — aquela banheirona cheia de gelo, sabe? — , administração e até uma sala de estudos.
"Essa sala é muito interessante porque até 2016 a Rebeca e a Flavinha não tinham concluído os estudos. E a gente sempre deu muita importância para isso. Nesta sala, entre um treino e outro, elas tinham uma monitora que ajudava elas a concluir o ensino", destacou Juliana Fajardo.
"Então, em 2016, além de elas participarem da primeira Olimpíada, elas concluíram o ensino. Hoje, elas estão cursando faculdade. É um orgulho porque a gente não pensa só no atleta dentro de quadra ou dentro do ginásio. Fora também essa transição para a gente é extremamente importante", acrescentou.