Johnny Walker quer lua de mel oficial e cinturão do UFC: 'Bater no campeão'
O brasileiro Johnny Walker vê dois objetivos no horizonte: fazer sua lua de mel "oficial" e lutar pelo cinturão dos meio-pesados do UFC. Antes, no entanto, ele tem um compromisso mais urgente pela frente.
Uma pedra no meio do caminho
O carioca de 31 anos volta a encarar hoje o russo Magomed Ankalaev, encabeçando o UFC Vegas 84, após polêmico embate entre eles. Os dois se enfrentaram em 21 de outubro do ano passado, mas a luta foi interrompida ainda no primeiro round por joelhada ilegal de Ankalaev.
Johnny minimizou que o reencontro seja uma "revanche" e exaltou seu psicológico blindado. Ele se descreveu como uma "máquina" e disse que a luta "não tem um gostinho a mais ou a menos" pelo histórico ou pelas provocações entre ambos — Ankalaev o chamou de "palhaço", e o brasileiro rebateu dizendo que o russo é sujo pelo golpe ilegal.
Não tem gostinho a mais ou a menos, toda luta é importante. Quando entro no octógono, não deixo a emoção tomar, sou uma máquina. Não pode deixar se emocionar, acaba perdendo o controle. É profissionalismo na ponta da luva, sem emoção nenhuma. Tenho um dos psicológicos mais fortes do UFC se bobear, meu ponto forte. Johnny Walker, ao UOL
Ele cravou que vai mostrar para o rival "quem é o melhor do mundo" e que depois vai atrás do cinturão. Johnny ponderou que está recuperado da lesão no ligamento do pé, que está "muito mais preparado" e quer dar um show após ter ficado desapontado com o no contest, já que a última luta terminou sem um vencedor.
No tenho muita rivalidade com ninguém. Claro que a gente é competidor e quer mostrar quem é melhor. [Clima de provocações] Só vai deixar água na boca da galera. Vou mostrar para ele quem é o melhor do mundo e depois pegar o cinturão.
Desbancar campeão e curtir lua de mel
Número 7 do ranking da categoria, Johnny Walker acredita que vai virar a "bola da vez" para disputar o cinturão em caso de vitória. Ankalaev é o terceiro da lista e está invicto há dez lutas, enquanto o brasileiro vem de três triunfos.
Convicto, ele disparou que o objetivo é "bater no campeão". Atualmente, o detentor do cinturão é o também brasileiro Alex 'Poatan' Pereira, que superou Jiri Prochazka, 2º do ranking, na defesa de novembro do ano passado.
Objetivo é bater no campeão, independentemente de quem seja.
De qualquer forma, ele planeja enfim realizar a sua lua de mel após um ano. Johnny se casou com a irlandesa Tara Campbell-Walker em dezembro de 2022, mas emendou seguidas lutas e, com o calendário lotado de preparação, só conseguiu tirar uma folga de cinco dias. A celebração é o próximo passo após o duelo com Ankalaev, e pode ser ainda mais especial se ele sair vitorioso do octógono.
Lua de mel oficial ainda não fiz, a gente entrou em camp logo depois do casamento. Fomos para Portugal, mas não foi lua de mel, foi break do treino. Bati no Smith, já me ofereceram o Ankalev e entrei em camp. Fiz um break para tirar uns cinco dias, mas continuei correndo, fazendo exercícios. Depois dessa luta, se Deus quiser, vou tirar. Tem que tirar uma lua de mel oficial, de verdade, depois de um ano do casamento. Queremos ir para Bali. Ela é super de boa, não liga, não [da demora].
O que mais ele disse
Rumo ao cinturão: "Tenho certeza que, batendo no número 3, vou estar na bola da vez para lutar pelo cinturão. Só se o Jamahal Hill, que está na minha frente, quiser lutar primeiro, depois sou eu. Ganhando essa luta, ganho direito de lutar".
Estava dando ruim para ele: "Vou mostrar que sou muito melhor. Na última luta, estava me saindo bem, errei a joelhada e ele me agarrou. Mas saí da melhor posição dele, consegui sair na técnica, acho que ele desesperou e deu a joelhada ilegal. Estava dando ruim para ele na distância".
Mais preparado: "Estava até com meu pé machucado, rompi ligamento. Agora estou sem lesão, luta diferente, muito mais preparado. Senti já qual é a força dele, técnica. Tem um pouco de revanche, mas não contra ele. Vai ser um modo que vou mostrar melhor meu trabalho. Luta sem resultado deixa muito desapontado, vou buscar a vitória".
Mental forte: "Sempre determinado, nada abala. Estou treinando bem, dormindo bem, cuidando do corpo, muito focado com meu futuro, com meu sucesso. Cabeça sempre ali trabalhando positivamente, mental sempre forte".
Treino, estilo e carta na marga: "Não teve mudança, não. Treinamos duro. Não temos arrependimentos. Estava pronto naquela luta e estou agora. Venho de três vitórias consecutivas. Vamos manter meu estilo, já é uma carta na manga. Meu estilo é a carta na manga".
Como seria a vitória dos sonhos: "Com uma joelhada voadora na cabeça, no queixo dele. Mostrar: 'Essa joelhada é legal'."
Decisão de paralisar a luta: "Nós, como lutadores, somos caras durões, queremos lutar. Às vezes, não tomamos decisão inteligente, por isso tem doutor e juiz. A gente só quer lutar. Tomei a joelhada ilegal no queixo, ficou uma semana meu pescoço dolorido, parecia que tinha quebrado a clavícula, Foi como se fosse uma batida de carro, muito forte. Não senti ali porque foi muito duro, se continuasse lutando ia ser na desvantagem. Fiquei uma semana com dor, imagina se volto ali. De sangue quente, não ia sentir, mas aí estaria em desvantagem. Decisão inteligente, hoje entendo e concordo com a decisão que o médico tomou. Estava na desvantagem. Não tenho nada a reclamar, e sim a agradecer".