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Como a 'capital do pecado' virou reduto esportivo e recebe o Super Bowl

Decoração do Super Bowl na Las Vegas Strip Imagem: Ethan Miller/Getty Images

Paulo Mancha

Colaboração para o UOL, em Las Vegas (EUA)

08/02/2024 04h00

A realização do Super Bowl neste domingo (11) é a coroação de um projeto que começou há uma década e tinha como objetivo tirar Las Vegas do limbo esportivo que a cidade vivia. É verdade que o boxe e o MMA há muito usavam a "capital do pecado" como palco, mas quando o assunto são as grandes ligas americanas, a metrópole do deserto sempre foi excluída. Basquete, beisebol, futebol americano e hóquei no gelo sempre negaram equipes a Las Vegas temendo as tentações e mutretas típicas do mundo das apostas.

Esse banimento velado começou a cair em 2014, quando a NHL (liga de hóquei no gelo dos EUA) aprovou a entrada na liga de uma equipe sediada em Vegas - o Golden Knights. Não demorou muito para que um time da WNBA (liga feminina de basquete) também florescesse no deserto de Nevada - o Las Vegas Aces, em 2018.

Pouco depois, viria a grande tacada que tirou de vez a cidade da sinuca esportiva: os Raiders, da NFL, aceitaram se mudar da Califórnia para lá, em 2020. É no campo da equipe, o Allegiant Stadium, que Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers disputam o Super Bowl neste domingo.

Multidão de turistas (sem ingresso)

A cidade debutante não perdeu tempo e preparou tantas opções de lazer paralelas que mais de 450 mil visitantes são esperados ao longo da semana do Super Bowl - a maioria sem ingresso para o jogo, mas apenas com a disposição de se divertir nesse verdadeiro Carnaval à moda norte-americana. Uma farra que deve render US$ 700 milhões (R$ 3,5 bilhões) aos cofres da cidade, conforme previsão da prefeitura.

Só de atrações musicais, a semana do Super Bowl contabiliza shows de estrelas como Adele, Luke Combs, Bruno Mars, U2, Wu-Tang Clan e Christina Aguilera, bem como apresentações de comediantes como D.L. Hughley, Tom Segura, Bert Kreischer e Deon Cole, entre outros.

Quase sempre, esses shows incluem astros do esporte dando o ar da graça no meio do público ou mesmo no palco. E não só do futebol americano. Shaquille O'Neal, que fez história na NBA e ganhou a medalha de ouro no basquete olímpico em Atlanta-1996, é o anfitrião da Shaq's Fun House, uma megafesta para 7 mil pessoas, com direito a DJ famosos e rappers da moda. Desta vez, ela acontece nos salões do Wynn, um dos maiores cassinos da cidade.

Os demais cassinos não deixaram por menos. O Caesars Palace, hotel oficial da NFL, está oferecendo o "Super Bowl Spectacular", um show hi-tech, com música e imagens provenientes de 42 projetores a laser. Além disso, os torcedores podem tirar fotos com o Troféu Vince Lombardi, dado ao vencedor do Super Bowl.

Bola oval na Esfera

Ao longo de toda a semana, o The Sphere (arena esférica de entretenimento) também apresentará conteúdo relacionado ao Super Bowl em sua exosfera gigante. Imersão ainda maior no esporte é garantida pelo Super Bowl Experience, no Mandalay Bay Resort & Casino. É uma grande feira de futebol americano, que permite colecionar autógrafos de dezenas de jogadores famosos, comprar mercadorias, ver troféus e objetos raros, assistir a documentários e participar de jogos e brincadeiras em campos de verdade ou nos virtuais, das telas de videogame.

Já o Resorts World é o palco do NFL Honors, uma espécie de "Oscar do futebol americano", quando os melhores atletas e técnicos são anunciados, com direito a tapete vermelho, luxo, troféus e discursos emocionados.

Há ainda jantares de gala com a presença de atletas de renome, desfiles de moda beneficentes, concursos variados e festas, muitas festas nas casas noturnas da cidade.

Telejornais invadem a Strip

Programa da CBS Sports em Las Vegas, antes do Super Bowl 58 Imagem: Mary Kouw/CBS via Getty Images

A mídia não ficou de fora. A rede de TV CBS, por exemplo, está com um megapalco instalado nas famosas fontes do Hotel Cassino Bellagio. De lá, parte da programação da emissora está sendo transmitida ao vivo, inclusive programas que nada têm a ver com esportes.

É como se de repente o interior de Nevada tivesse virado a capital do país. "Não há lugar como Las Vegas, então queríamos celebrar o Super Bowl 58 de forma única", disse Daphne Wood, diretora de eventos da NFL, em um comunicado sobre o evento.

Super Bowl 58

  • Domingo, 20h30 (de Brasília)
  • Kansas City Chiefs x San Francisco 49ers
  • Hino Nacional dos EUA: Reba McEntire
  • Show do Intervalo: Usher
  • Na TV: transmissão ao vivo por RedeTV, ESPN e Star+

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