O paraense Michel Pereira vem se adaptando bem à sua nova categoria do UFC. Sem precisar se sacrificar tanto para bater o peso dos meio-médios (77kg) e aproveitando os benefícios, ele afirmou ao UOL que sua preparação e humor estão muito melhores com a mudança.
Peso novo, vida nova
O brasileiro de 30 anos fará hoje sua segunda luta no peso-médio (84kg), a partir das 20h (de Brasília). Ele encara o polonês Michal Oleksiejczuk no UFC 299, em Miami, nos EUA, cerca de cinco meses depois de ter vencido Andre Petroski em sua estreia na categoria de cima.
Michel disse que "tudo está melhor" no novo peso, tanto na vida profissional quanto pessoal. Ele disse que "só ganhou" com a mudança e que vem desfrutando das melhorias no cotidiano, que vão desde o rendimento no treino às atividades com a família.
Estou me preparando muito bem com esse novo peso, tudo está melhor, desde a vida pessoal até profissional. Os treinos estão melhores, alimentação, sair com a família, tudo. Só ganhei, está muito top. Michel Pereira, ao UOL
O paraense também comemorou que seu humor está melhor. Ele lembrou que, na época do corte de peso, ficava mal-humorado dentro de casa e também com amigos. Afinal, ele "brigava" contra a balança para perder cerca de 20 kg para as lutas do meio-médio.
Tenho muito mais energia, brinco mais com meu filho, me dou melhor com minha esposa. Fica com humor melhor. Até com os amigos trato melhor, na época de cortar peso, quase não falava, tudo mudou na minha vida ao mudar de categoria. Ficava muito mau-humorado, fechado em casa e no treino, e hoje não. Vida mudou totalmente para melhor.
Michel, em nova fase, quer disputar o máximo de lutas ao ano e recuperar o tempo perdido. Antes da mudança, ele chegou a ficar cerca de um ano e meio sem entrar no octógono, entre maio de 2022 e outubro de 2023, mesmo estando saudável. Agora, ele mira participar já do UFC Brasil, em 4 de maio, e afirmou que vai estar sempre preparado para aceitar duelos em cima da hora.
Invicto há seis lutas, o brasileiro de 30 anos quer conquistar o seu espaço e entrar no ranking dos médios. Ele era o número 15 na categoria inferior até estourar o peso e ser retirado do UFC 291, em julho do ano passado. Como está começando no novo peso, acredita que tem que batalhar para poder "sentar à janela".
Acho que é o correto [ainda não estar no ranking dos médios]. Não é justo chegar de outra categoria e já 'sentar na janela'. Quem está no ranking batalhou, não é correto eu tomar lugar. Tenho que batalhar para chegar. Vai uma ou duas lutas para que possam me dar alguém ranqueado e, aí sim, entrar no ranking. Estou muito focado em estar em uma posição boa no ranking em 2024 e, quem sabe, até disputar um cinturão.
O que mais ele disse
17 meses sem lutar: "Muitas coisas aconteceram, problemas aparecendo, atletas não aceitavam ou, quando aceitavam, se lesionavam. Foi mais parte de negociação, por isso não lutei antes. Foi uma época muito difícil, ficar um ano e meio sem lutar, treinando forte, mas agora é correr atrás do tempo que a gente perdeu e lutar mais vezes".
Por que não mudou de peso antes: "O 77kg era uma categoria muito boa para mim. O desgaste do corpo antes era menor para baixar. Claro que perdia muito peso, mas sabia que nada é fácil, e que eu tinha uma vantagem ali. Hoje, não tenho mais essa vantagem, fica mesmo padrão. Antes pagava o preço para isso. Hoje vejo que não é mais necessário, meu corpo mudou, estou mais forte, evoluí. Achamos necessário subir para 84 kg".
Lutar o máximo possível: "Em 2024, quanto mais lutar, melhor. Não se lesionando depois, já quero lutar no UFC Brasil. Vou aceitar lutas de última hora porque vou estar sempre treinando, férias só no final do ano, para passar o ano todo lutando. Depois da luta, o máximo é uma semana de férias só para dar relaxada no corpo. E vamos para cima".
Preparação para o adversário: "Não teve nada específico, treinei como sempre, com as mesmas estratégias, mesmos treinos, mesma motivação. Só vi um vídeo dele com Caio [Borralho] para ver como ele lutava, a base, mas eu treino para lutar contra qualquer um, não fez tanta diferença".
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