Promessas se inspiram em Senna e não se abalam por F1 sem brasileiros
O tricampeão mundial Ayrton Senna morreu há quase três décadas, mas segue inspirando as jovens promessas do automobilismo brasileiro, como Heitor Dall Agnol Farias e Gabriel Koenigkan, pilotos de 14 anos que desviam da pressão e saudade dos pais pelo sonho de viver do automobilismo.
Como a maioria dos pilotos, a minha inspiração é o Ayrton Senna. Ele era um piloto totalmente fora da curva e que era incrível no cockpit. Heitor, piloto nas categorias graduados e F4 graduados
Ayrton Senna foi o maior brasileiro de todos os tempos. Gabriel Koenigkan, tricampeão da Copa SP Light
Saudade, estudos e 'brincar' de pilotar
O sonho de se tornar um piloto profissional começa ainda na infância. Heitor, por exemplo, começou a treinar com apenas 4 anos.
Minha relação no automobilismo começou com o meu pai, que era piloto de kart. Quando eu era pequeno sempre ficava no meio e quando fiz três anos meu pai me deu um kart. Comecei a treinar com 4 anos, e comecei a levar como profissão quando vim para São Paulo, com 6 anos. Heitor.
Eu tinha um amigo que andava de kart e ele me chamou para conhecer. A partir do momento que vi, já me interessei em ser piloto. Quando percebi que tinha talento e paixão por automobilismo comecei a pensar nisso como algo sério. Gabriel
Para isso, os meninos deixaram suas cidades e conciliam os estudos com a rotina nas pistas. Gabriel chegou a morar em um motorhome para ficar perto do kartódromo Granja Viana, como mostra a série 'Formula Dreams', da HBO Max.
Quando estou em semana de corrida, eu falto [na escola] de terça a sexta-feira. Depois faço trabalhos de compensação. Heitor.
Um dos maiores desafios [para se tornar um piloto profissional] é a questão de patrocínios e ter sempre que dar o meu melhor para alcançar resultados. Gabriel.
Um dos maiores desafios é a pressão e, no meu caso a saudade, da família. Heitor
Heitor, inclusive, chegou a morar um ano e meio na Itália por causa do kart: "acho que é um passo muito importante para um piloto [sair do país]".
Fórmula 1 sem brasileiros
A ausência de brasileiros na principal categoria do automobilismo não intimida as jovens promessas. Nenhum deles, inclusive, tem como meta chegar à F1.
Temos que seguir motivados exatamente por isso [não ter um brasileiro na Fórmula 1], porque queremos ter um piloto brasileiro na Fórmula 1 e tenho certeza de que vamos ter logo em breve. Temos muitas boas promessas hoje no automobilismo. Heitor Dall Agnol
Hoje em dia, não tenho em mente a F1 como sonho, mas não ter nenhum brasileiro nela não interfere na questão de alcançar meus objetivos. Gabriel Koenigkan
Pietro Fittipaldi foi o último brasileiro a correr na Fórmula 1. Em 2020, em substituiu Romain Grosjean nos GPs de Sahhir e Abu Dhabi.