'Leila do fisiculturismo' exalta presidente do Palmeiras: 'Inspiração'
Ana Paula Leal Graziano e Leila Pereira têm mais que apenas algo em comum: são mulheres ocupando cargos de poder em ambientes predominantemente masculinos dentro do esporte. Considerada a "braço direito" de Arnold Schwarzenegger no Brasil, a organizadora do maior evento de fisiculturismo da América do Sul aprovou a comparação e exaltou a presidente do Palmeiras.
Leila como inspiração
Ana Paula Graziano é sócia de Schwarzenegger e está à frente do festival Arnold South America, que chegou à sua décima edição em 2024. CEO da Savaget Group, ela foi uma das responsáveis por trazer o evento multiesportivo ao Brasil, em 2013, após conquistar a confiança do astro do cinema e ícone do bodybuilding.
Ela traz representatividade nos bastidores a um meio dominado por homens, assim como Leila faz no futebol — e que vem sendo aos poucos mais ocupado por mulheres. A presidente do Palmeiras é a única mulher em posição de liderança nos clubes das séries A e B do Brasileirão.
Ana Paula gostou do comparativo e disse que vê a dirigente palmeirense como uma inspiração: "Não tem medo". A promotora de eventos enumerou qualidades de Leila e exaltou a visibilidade que ela traz para as mulheres.
Eu adoraria [ser comparada a Leila] porque eu acho que ela representa muito. Ela entrou no âmago de onde é extremamente masculino e ela se faz representar. Ela tem postura, não teme o que ela fala, ela fala mesmo, e isso eu tenho aprendido. Eu, como mulher, admiro outras mulheres, e Leila é em uma delas. E eu acho importante que, nesse mundo, a gente levante outras mulheres, nem que seja apenas pela inspiração. Ana Paula Leal Graziano, ao UOL
Isso me inspira. Ela é uma pessoa que não tem medo, não recua, se fala alguma coisa dela, ela vai para a frente e é coerente. Eu acho que isso tudo é muito bom porque uma mulher como ela, que está em um ambiente extremamente masculino e é onde toda a mídia está em cima, ela se faz representar bem. E puxa todas nós juntas.
A braço direito de Schwarzenegger também destacou a importância de ter Leila como uma porta-voz no esporte, com coragem para abordar temas que por vezes são "escanteados" no meio. Como chefe de delegação na última Data Fifa, a presidente do Palmeiras se pronunciou firmemente sobre os casos Robinho e Daniel Alves, ex-jogadores julgados por estupro, provocando uma posterior manifestação da CBF.
Ela é a grande big boss. Na minha área do esporte, ter uma Leila como porta-voz, o que ela está fazendo agora junto com a seleção brasileira, eu fico: 'Ela está lá no meio dos jogadores e não fica tímida, está ali na posição dela e as pessoas começam a vê-la realmente com tamanho e relevância, e tem o respeito'. Quando ela faz isso, é muito bom, é um efeito dominó para a gente, vai refletindo isso para todas nós, vai fazendo a gente ficar mais empoderada e com mais coragem de se impor.
Ela tem coragem de falar o que todo mundo por política não fala, ela não se intimida nem pela política que é feita, isso eu gosto muito dela, essa própria polêmica do Daniel Alves, concordo 100% com ela, e ela tem coragem de falar, porque muitas vezes as pessoas pensam e não tem coragem, mas ela tem.
Além do fato de ambas serem cariocas, a promotora de eventos também divide com Leila o gosto pelo futebol, mas não tem boas lembranças de quando se encontraram no Allianz Parque no ano passado. Ela é esposa do dono do São Bernardo e brincou que o clube do ABC "foi roubado" na ocasião, lembrando do polêmico jogo das quartas de final do último Paulistão.
O que mais Ana Graziano disse
Já foi apresentada a Leila? Já [fui apresentada a Leila] porque meu marido é dono de São Bernardo, que já jogou contra o Palmeiras. Eu sou muito fã, eu acho ela incrível, já fomos apresentadas, mas com certeza acho que ela não sabe exatamente o que eu faço, mas eu vou tentar bater um papo com ela.
Ser mulher no mercado de trabalho: "A gente sabe que muitas vezes você está numa reunião e quando você vai tentar falar as pessoas te atropelam, você perde seu lugar ali de fala, e quando você ainda tem uma característica como a minha, sou tímida, tenho uma vozinha mais doce, isso é confundido com fraqueza. Mas eu sempre acredito que onde a gente tem que mostrar serviço, eu acredito em ações. Se eu estou há 10 anos aqui dentro do Arnold no Brasil..."
Representatividade feminina: "No meu time, 70% são mulheres. Eu tento sempre, na medida que posso, puxar outras mulheres também. Para falar, dar oportunidades, porque se eu cheguei até aqui, foi porque me deram muitas. Então, nada mais justo do que eu dar oportunidades para outras mulheres também. Então, hoje a gente tem uma representatividade enorme de mulheres sensacionais, de caráter, e muito boas em performance. Acho que a gente tem que valorizar isso, e cada vez mais mostrando, porque é natural".
Ídolos mulheres: "Você vê no futebol, sempre foi masculino, agora você vê que o feminino tem começado com o espaço dele bem grande, tem criado ídolos. A gente precisa criar ídolos mulheres também, em vários aspectos de vários esportes. E isso, eu acho, o Arnold South America proporciona. Tem 30 bancadas esportivas, eu acredito que quase todas têm mulheres ali dentro competindo".