Como luva inocentou O.J. Simpson em caso de assassinato da ex-mulher

O.J. Simpson morreu ontem (10), em Las Vegas, após tratamento contra um câncer de próstata. Em 1995, um par de luvas encontrado na cena do crime foi fundamental para inocentar o ex-jogador de futebol americano no caso de assassinato da sua ex-esposa.

Como luva inocentou O.J. Simpson?

O.J. Simpson ganhou as manchetes com o que ficou conhecido como "Julgamento do século", em 1994. Ele foi acusado de matar a facadas sua ex-mulher, Nicole Brown, e o amigo dela Ron Goldman.

No local do crime, foi encontrado um par de luvas pretas cobertas de sangue. Segundo os promotores, o acessório pertencia ao assassino.

A pedido da promotoria, Simpson experimentou o par de luvas durante o julgamento. O ato gerou a frase que marcou o momento-chave no caso:

Se a luva não servir, você deve absolver.
Johnnie Cochran, advogado de O.J. Simpson

Simpson foi absolvido. Apesar de a promotoria ter afirmado que as luvas, que ficaram encharcadas de sangue, teriam encolhido, o ex-jogador de futebol americano acabou inocentado em um julgamento em 1995 após a reviravolta no caso, já que as luvas usadas no crime não couberam perfeitamente em suas mãos.

Foram mais de 370 dias de julgamento, com 133 testemunhas ouvidas. Os autos alcançaram mais de 50 mil páginas, em que a palavra mais citada (sangue) foi pronunciada cerca de 15 mil vezes.

O caso foi denunciado por muitos como um "circo midiático". O julgamento de Simpson foi transmitido pela televisão, assistido por milhões de pessoas, bateu recordes de audiência e tornou-se um dos crimes mais famosos da história dos EUA.

Anos depois, no documentário da ESPN "OJ: Made in America", o ex-agente esportivo de Simpson, Mike Gilbert, disse que havia outro motivo pelo qual o ex-atleta não conseguiu vestir totalmente as luvas. Ele mencionou que Simpson estava tomando remédios para artrite quando os assassinatos aconteceram e, durante o julgamento, os suspendeu, o que teria feito com que suas mãos inchassem. Porém, esse novo fato nunca foi comprovado.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.