Quando o nome de Kamilla Cardoso foi anunciado no draft da WNBA, um filme passou na cabeça de Janeth Arcain. Primeira sul-americana a atuar na liga feminina de basquete dos Estados Unidos, ela celebrou a melhor que a pivô de 22 anos tenha alcançado a melhor posição do Brasil no processo de recrutamento.
Vemos a Kamilla nesse processo bacana, é uma representatividade muito grande, e vem demonstrando que o basquete brasileiro tem talentos Janteh Arcain
Janeth esteve no Rio de Janeiro para participar de evento que marcou os 100 dias para os Jogos Olímpicos. A ex-ala-armadora é umas das embaixadoras do Comitê Olímpico do Brasil, ao lado de outros medalhistas dos Jogos.
Ela participou da temporada inaugural da liga feminina, em 1997. Janeth atuou no Houston Comets e conquistou os quatro primeiros títulos da competição, entre 1997 e 2000.
"Vejo o basquete em uma crescente, de certo modo, a médio prazo. Vemos algumas meninas que estão se despontando, e a Kamilla é uma dessas jogadoras. Foi a terceira no draft, o melhor draft que nós já tivemos. Fico muito feliz. Estava assistindo [ao draft] e lembrei daqueles momentos todos, de quando fui a única sul-americana, a primeira a desvendar esse caminho, para que outras meninas pudessem ir também e conquistar títulos", disse.
Vemos a Kamilla nesse processo bacana. Foi pra lá muito cedo, é uma representatividade muito grande, e vem demonstrando que o basquete brasileiro tem talentos, precisa ser lapidado e ter oportunidade para que os resultados possam acontecer
A liga feminina dos EUA conta com outras brasileiras. A pivô Stephanie Soares está no Dallas Wings, e a ala-pivô Damiris Dantas no Indiana Fever. "Esperamos que elas possam trazer essa experiência para a seleção brasileira, e a seleção consiga alcançar resultados".
O que mais ela falou?
Momento do basquete feminino brasileiro. "Acho que, quando falamos da liga nacional, vemos um crescimento, mas que depende de um tempo para que, realmente, as coisas possam acontecer em termos de resultado. Resultado nacional e sul-americano temos conseguido, mas esse resultado internacional, ter boa classificação no Mundial, ir aos Jogos Olímpicos, ainda está faltando. Vimos isso com a não classificação para Paris".
Você citou a não classificação para Paris... "Acaba sendo uma frustração porque conseguimos a primeira vaga, lá em Barcelona-92. Sabemos do sacrifício que foi e sabemos o que é estar nos Jogos Olímpicos, o que é ser medalhista. E vemos o basquete brasileiro não participando de dois ciclos já. É algo que acontece quando não se tem um planejamento. Aconteceu uma lacuna entre gerações, e esperamos que, pelo menos no próximo ciclo, aconteça".
Uma palavra para as novas gerações. "A dica que eu deixo para essas meninas é para elas acreditarem no trabalho, para treinarem, se dedicarem, ultrapassarem as suas barreiras, para que esses resultados venham. Que elas possam ser não só merecedoras, mas também vencedoras.Lá atrás, o Brasil chegou entre as três, quatro melhores seleções do mundo, então, acho que, futuramente, elas podem chegar a essa posição ou até melhor"
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