Volta de Aldo no UFC Rio empolga Pantoja: 'Sempre quis ser esse cara'

Alexandre Pantoja é a principal atração do card do UFC 301. O lutador de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, defenderá em seu estado natal o cinturão do peso mosca contra o australiano Steve Erceg. Ele não será o único campeão a subir no octógono em 4 de maio. O ex-detentor de cinturão José Aldo, um dos ídolos de Pantoja, largou a aposentadoria e fará seu retorno ao MMA após quase dois anos.

'Tem um pouco de José Aldo no Pantoja'

O nome do Aldo em qualquer card seria uma coisa deslumbrante. Eu pude treinar com o José Aldo na Nova União, 10 anos atrás. Eu vi o Aldo no auge dele, no melhor momento, e aprendi muito com ele Alexandre Pantoja, em entrevista ao UOL

Ele batia em todo mundo que ia treinar com ele. Era impressionante. Vinha um, parecia até desenho. 'Pum, pum, pum, pum', vai dando porrada em todo mundo

José Aldo entrou no Hall da Fama do UFC em julho de 2023
José Aldo entrou no Hall da Fama do UFC em julho de 2023 Imagem: Cooper Neill/Zuffa LLC via Getty Images

Aprendi muito com ele. Eu sempre quis ser esse cara. Gosto de falar que tem um pouco de José Aldo no Alexandre Pantoja, como em todos os lutadores desse card brasileiro. Pode ter certeza que todos os lutadores têm um pouco de José Aldo. Aprendemos com ele, com o Anderson (Silva) com o Vitor (Belfort), com o Minotauro

O meu chute baixo, ali na perna, aprendi com o Aldo, vendo o Aldo. Poder participar desse card com o José Aldo é uma emoção indescritível

A minha sogra estava brincando comigo que o José Aldo, o 'Rei do Rio', vai passar a coroa para mim, que agora eu vou ser o Rei do Rio. Mas, brincadeiras à parte, acho que o nome dele vai fazer todos nós no card querermos lutar mais, darmos mais de nós mesmos

Construção de novos ídolos do MMA

À exceção de Aldo e Pantoja, o card do UFC 301 é majoritariamente novo. Os dois serão os únicos brasileiros que subirão no octógono com mais de dez lutas de experiência na liga. Além do campeão do peso mosca, só Vitor Petrino e Caio Borralho possuem status de top-15 no ranking de suas categorias.

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O protagonista do card gosta da presença de novos nomes e pede apoio do fã brasileiro. O detentor do cinturão dos moscas destaca, além de Petrino e Borralho, a presença de Michel Pereira, praticante de movimentos pouco ortodoxos que Pantoja "jamais faria numa luta".

É uma oportunidade boa do fã brasileiro se conectar com novos lutadores. No UFC está acontecendo isso, alguns lutadores estão saindo e novos estão chegando. Então está havendo essa nova renovação

Vejo esse povo que às vezes reclama um pouco do card, que quer o Charles (do Bronxs), o (Alex) Poatan. Imagino que a bolsa de valor da uta deles deve ser bem alta. São caras que geram muito dinheiro para o UFC. Tanto que estiveram no card mais glamouroso, que é o 300. Você vê a potência do Brasil dentro do UFC. Também estiveram o Deiveson (Figueiredo), a Jéssica Bate-Estaca

Aí realmente, sofremos algumas baixas para o card do Brasil. Mas eu acho um card espetacular, maneiro, que não tem brasileiro contra brasileiro. É o Brasil contra o mundo

Alexandre Pantoja celebra defesa de cinturão após vencer Brandon Royval
Alexandre Pantoja celebra defesa de cinturão após vencer Brandon Royval Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images

Pantoja enxerga o UFC 301 como oportunidade de expandir o impacto do MMA no Brasil. O lutador acredita que o evento no Rio de Janeiro pode fazer com que ele próprio seja mais reconhecido nacionalmente, e que o país poderia se beneficiar com a construção de novos ídolos esportivos.

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Talvez eu não tenha esse apego tão forte do público brasileiro por não ter lutado durante tanto tempo no Brasil. Vim fazer o meu nome aqui fora. (...) Às vezes sou muito mais reconhecido aqui nos Estados Unidos do que no Brasil. E mesmo assim sempre defendi sempre levantei a bandeira do Brasil

É importante a pessoa ir à arena, porque consegue vivenciar o sentimento do lutador naquele momento. Faço muito esse apelo para as pessoas. Você vai entender um pouco mais da luta, da superação. Não é só dois caras se batendo

Uma coisa que fica em mim é que nós temos 200 milhões de brasileiros e só um esporte nesse país. Isso é muito complicado. A gente tem que parar de pensar só em futebol e tentar achar ídolos em outros esportes. Seja na luta, onde a gente ainda domina o cenário, ou em outros esportes como surfe, skate

Pantoja ou Willy Wonka?

Steve Erceg, adversário de Alexandre Pantoja no UFC 301
Steve Erceg, adversário de Alexandre Pantoja no UFC 301 Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images

O adversário de Pantoja no UFC 301 terá oportunidade precoce de lutar por cinturão. Steve Erceg possui somente três lutas na companhia — todas vitórias, duas delas contra os top-15 David Dvorak e Matt Schnell. 10ª colocado no ranking do peso mosca, o australiano será o desafiante devido a lesões e ao histórico negativo de outros contenders contra Pantoja.

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Pantoja compara a chance de Erceg a tirar o "bilhete dourado" no filme A Fantástica Fábrica de Chocolate. Apesar do paralelo cinematográfico, o atual campeão do peso mosca prega respeito ao seu futuro rival.

É como se fosse um prêmio da Fantástica Fábrica de Chocolate. Ele abriu um chocolate e tirou o prêmio. Agora ele vai para a Fábrica. No caso, vou ser o William Wonka. Aí vamos saber qual é a dele. Se é um cara merecedor ou se vai tomar porrada do esquilo, cair na poça de chocolate.

Foi tudo sucedendo para que fosse ele. Eu até achei que poderia ser o (Muhammad) Mokaev, que é um grande atleta do UFC, mas veio o Erceg. Respeito muito ele, e estou usando o fato dele ser jovem, não ter passado por tantas guerras como eu passei ali na divisão. Isso está me motivando

É um lutador que tem total chance de se consagrar campeão. É um cara muito forte para a categoria, alto, tem um bom boxe

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