Pais de Walewska consideram represália tentativa de viúvo de cobrar aluguel
Walewska, jogadora de vôlei que morreu em setembro, e seu marido Ricardo Alexandre Mendes moravam em um imóvel em São Paulo e tinham outro apartamento no mesmo edifício, financiado. Eles se dividiam no pagamento das parcelas do financiamento. Já um outro imóvel, em Belo Horizonte, onde os pais da jogadora moram, deve entrar no espólio.
A defesa de Ricardo alega que, para compor o inventário, os imóveis ocupados precisam ser listados. No caso do imóvel localizado em Minas Gerais, fazendo parte do espólio, dona Maria e seu Geraldo passariam a pagar por uma locação de R$ 2.070 — uma proporção de 68,97% — caso decidam continuar morando no local. Além do pagamento do IPTU, condomínio e contas de consumo, até a decisão da Justiça sobre o andamento do inventário.
Todo o imóvel que será partilhado após a tramitação do Inventário é cabível o pagamento de locação com o depósito do valor nos autos. Após a partilha todo o patrimônio será dividido entre os herdeiros. João Vinícius Manssur, advogado
A família está vendo isso como uma tentativa de retirar o casal de idosos do local onde moram há mais de uma década, ou obrigá-los agora a pagar por um aluguel. Para eles, isso seria uma afronta à memória da jogadora, que teria presenteado os pais com o imóvel.
A dor de perder nossa filha é imensurável, mas depois disso veio Ricardo Mendes, que tivemos como filho, querer nos destruir. Não queremos guerra, a família só quer entender onde foi parar o patrimônio do fruto do trabalho de nossa campeã. Maria Aparecida e Geraldo Vieira
"A questão não é despejo, ele (Ricardo) está querendo cobrar aluguel dos pais da Wal por represália, porque a família quer saber onde foi parar o patrimônio dela", diz o advogado Eric Vaccarezza.
Waleswka era uma das jogadoras mais bem pagas no voleibol feminino no Brasil. Segundo informações apuradas pela reportagem, uma jogadora do nível de Wal chega a ganhar até R$ 80 mil por mês.
Wal morreu no dia 22 de setembro, após cair do 17º andar do prédio onde morava, na região central de São Paulo. A polícia investiga o caso.
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