Medalhistas olímpicos ajudam desabrigados no RS e tentam manter preparação

Mayra Aguiar e Daniel Cagnin, medalhistas olímpicos do judô, estão trabalhando voluntariamente no auxílio a desabrigados em Porto Alegre. Enquanto isso, a dupla tenta manter a preparação para os Jogos de Paris.

O que aconteceu

A pouco mais de dois meses do início dos Jogos Olímpicos, Mayra e Daniel tiveram rotinas impactadas pela catástrofe climática no Rio Grande do Sul.

Mas enquanto dão atenção aos treinos — realizados dentro do possível — os atletas se empenham no auxílio a pessoas desabrigadas. Sempre após os treinamentos, os atletas realizam atividades diversas que vão desde carregar caixas até ajudar na cozinha servindo refeições.

Ambos são atletas da Sogipa, clube da capital gaúcha que abriga aproximadamente 450 desalojados em seus ginásios. O local recebe doações a todo momento e montou uma estrutura especial para dar suporte aos atingidos pelas enchentes.

Daniel, por exemplo, organizou junto a colegas de esporte uma vaquinha que arrecadou aproximadamente R$ 5 mil. Com o dinheiro, ele comprou produtos que foram entregues na própria Sogipa.

Eles ficam no clube depois dos treinamentos fazendo trabalho voluntário. Aqui estamos muito perto dos atingidos e sempre chegam doações. Trabalhamos todos na separação, entrega, em tudo que precisa, carregando caixas, separando roupas, fechando viandas, na cozinha. E ainda assim estão conseguindo fazer o treino deles

Kiko, técnico da seleção brasileira de judô

Treinos e competições

A Sogipa cancelou todos os eventos e atividades esportivas, apenas atletas de nível olímpico ou postulantes a vaga estão treinando. São profissionais de judô, atletismo e ginástica olímpica, que têm atividades opcionais, se entenderem que 'não há clima', são liberados dos treinos.

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A dificuldade de deixar Porto Alegre em razão das enchentes está sendo 'driblada' dentro do possível para a rotina de competições. Dois judocas deixaram a capital na terça-feira até Florianópolis e de lá seguiram viagem até o Cazaquistão para o Grand Slam de Judô. Na próxima semana, mais uma equipe vai até Dubai para o Mundial.

"Os que não se sentem bem de treinar por aqui, também pode treinar em São Paulo. Quem vai ao Mundial, levaremos de carro até Navegantes e Florianópolis e depois partimos para São Paulo onde encontraremos a seleção. Já o Rafael Macedo e a Ketleyn Quadros foram até Santa Catarina pois consegui o deslocamento com amigos e de lá seguem até o Cazaquistão", contou o treinador.

Estamos todos emocionalmente abalados e muito tristes com tudo isso. É muita tristeza o que está acontecendo, muita gente perdeu tudo. Os atletas muitos sem água, luz em casa, e isso começa a minar a resiliência deles. Mas são atletas e sabem que é assim, vão superar isso também

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