Tati revela treinos de capacete em ondas dos Jogos de Paris: 'Bem perigosa'
O público terá uma prévia do que acontecerá na competição de surfe das Olimpíadas a partir desta quarta-feira (22), quando terá início a etapa de Teahupoo, no Taiti, da WSL — a chamada está prevista para 14h (de Brasília). O local será o mesmo dos Jogos de Paris e é conhecido pelo perigosíssimo mar de bancada rasa de corais, algo que fica claro até mesmo no nome que o batiza, já que na tradução literal do idioma polinésio significa "crânio quebrado".
Tati Weston-Webb é uma das brasileiras classificadas para as Olimpíadas. Experiente no Circuito Mundial, ela admite os riscos desta onda e revela que os surfistas têm se precavido e estão treinando por lá com capacetes.
Teahupoo é uma onda super perigosa dependendo das condições. Semana passada, por exemplo, não é todo mundo que conseguiria surfar naquelas condições de oito a 12 pés, uns três metros de onda, ou talvez mais, numa bancada rasa. Realmente não é uma onda fácil, mas nesta semana agora foi diferente. Por exemplo: a direção mudou, o vento entrou, não está maior do que dois metros. Pode ser que alguém não se sinta tão confortável quando o mar está grande, mas também existem pessoas, como eu, que não se sentem confortáveis quando o mar está muito pequeno. Mas realmente essa onda tem muitos riscos, porque é bem raso, tem coral e tudo mais. Todos os atletas estão treinando bastante, usando capacete para prevenir lesões e qualquer tipo de coisa ruim que possa acontecer.
Tati Weston-Webb
'Está bem difícil entender o que os juízes estão querendo'
A temporada tem sido marcada por muitas reclamações em relação aos critérios dos juízes com surfistas brasileiros. Algo que não chega a ser uma novidade, mas se intensificou em 2024, a ponto do tricampeão mundial Gabriel Medina expor sua insatisfação publicamente, em entrevista à WSL, após uma polêmica eliminação na etapa de Margaret River (AUS).
Para Tati Weston-Webb, os juízes não estão sendo claros no que desejam. A brasileira avalia também que os critérios não são os mesmos com surfistas estrangeiros.
Acho que está sendo bem difícil entender o que os juízes estão querendo de nós. Estamos fazendo tudo no nosso controle, mas não estamos sendo recepcionados tão bem como as outras pessoas com as notas, né [risos]? Essa é a parte que a gente não tem controle, mas vamos continuar na luta para sempre acreditar que, um dia, eles vão dar a nota maior para nós, ou aquela nota que a gente realmente merece.
Tati Weston-Webb
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Planejamento para Olimpíada: "Acho que aprendi muito com as últimas Olimpíadas. Era um tempo bem estranho por causa da covid, e a gente teve essa esperança que ia acontecer em 2020, mas não aconteceu e foi em 2021. Acho que minha mente não estava tão preparada como hoje. Estamos nos preparando desde novembro do ano passado fisicamente e psicologicamente também. Esse ano estou me sentindo um pouquinho mais preparada. E fora disso, Teahupoo é um lugar que consegui ficar por bastante tempo já flutuando na onda, conhecendo as pessoas. Então, realmente me sinto super em casa aqui. Para mim, acho que está tudo diferente comparado com a última edição das Olimpíadas. Estou realmente fazendo tudo o que posso para ficar pronta naquele momento".
Ano com WSL e Olimpíadas: "Acho que eu e o Gabriel Medina temos o mesmo pensamento. Estamos aqui para ganhar cada etapa que formos competir, tendo as Olimpíadas ou não. Estamos sempre com esse objetivo de ganhar cada bateria que a gente está dentro".
Quais os ajustes foram feitos para a onda de Teahupoo?: "Adicionei volume. Para mim, especificamente, tenho dificuldade de identificar a onda antes de chegar em mim. E, às vezes, tenho problemas fazendo um drop atrasado. Então, meu foco é identificar a onda bem antes e chegar na onda cedo, fazer um drop que eu possa cavar e fazer a linha que eu quero. Especialmente nessa onda de Teahupoo, porque se você está tentando pegar um tubo, você tem que ter a linha certinha entrando e saindo do tubo. São coisas bem específicas mesmo".
Passar experiência para Luana Silva e Tainá Hinckel: "Primeiramente, é uma honra gigante fazer parte desse time, é muito legal. Estamos como uma família, isso traz muita felicidade e confiança para todo mundo que está fazendo parte. Sou mais velha do que elas, então sinto que realmente estou mostrando o caminho um pouquinho. Espero estar mostrando e inspirando elas de uma forma bem positiva. Nunca vai ter um caminho certo sempre, mas quero sempre que a Tainá e a Luana tenham o maior sucesso possível na carreira delas. Estou aqui lutando para elas e elas por mim, e tenho certeza que a gente está sempre nesse mesma vibe de querer o melhor uma para outra".
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