Golfista morto aos 30 anos viveu drama com mãe e lutava contra depressão

O golfista Grayson Murray, que morreu neste sábado (25) aos 30 anos nos EUA, viveu dramas familiares na juventude e lutou contra a depressão — chegando a ser internado e expor o problema na mídia norte-americana.

Quem era ele?

Grayson nasceu em outubro de 1993 na cidade de Raleigh, na Carolina do Norte (EUA). Fã de golfe desde pequeno, ele começou a praticar o esporte ainda criança.

Quando estava prestes a completar dez anos, quase perdeu a mãe, Terry Murray, que sofreu um grave acidente de trânsito e foi levada ao hospital com risco de morrer. Ela sobreviveu e, depois de 11 cirurgias, não precisou amputar as pernas.

Faturou seu primeiro torneio internacional de golfe em 2006, já adolescente. Ele foi campeão mundial júnior três vezes (uma vez na categoria até 12 e duas vezes até 14 anos), e se profissionalizou em 2017.

Ganhou projeção mundial em 2017, quando conquistou um troféu no PGA Tour. A entidade é a principal organização de golfistas profissionais do mundo.

Nos últimos anos, acumulou problemas de ansiedade e depressão. O atleta chegou a falar sobre o problema em diferentes entrevistas para a mídia norte-americana. Em uma delas, no início do ano passado, citou o apoio da família como fundamental em sua recuperação.

Meus pais passaram por um inferno e, basicamente, nos últimos seis anos, vêm lutando contra algumas coisas mentais. Isso não é fácil para mim e para as pessoas ao meu redor: elas não gostam de me ver deprimido. Eles têm sido meus apoiadores número um. Todo mundo tem suas batalhas, e às vezes as pessoas conseguem escondê-las, mas às vezes não. Acho que nossa sociedade agora está cada vez melhor ao aceitar isso: não há problema em não não estar bem. Eu abracei esse tipo de mentalidade e não tenho vergonha de passar por depressão, ansiedade... eu sei que ajudei pessoas no passado apenas por mensagens nas redes sociais. As pessoas me enviam mensagens, e acho que posso usar minha plataforma para continuar ajudando Grayson Murray

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Ainda no ano passado, fez uma publicação reforçando a evolução profissional ao parar de ingerir bebidas alcoólicas, fato que o fez ficar internado meses antes. "Há 78 dias, eu tomei minha última bebida. Eu era o número 648 do mundo. Agora, sou o número 156. Desde então, também tenho trabalhado muito em outras áreas da minha vida. Se algo está te impedindo de algo grandioso, é preciso fazer sacrifícios. Tenho um longo caminho a percorrer para alcançar os meus objetivos finais, mas sou a prova viva de que uma pequena mudança pode ser a diferença em algo grandioso", publicou ele em seu Instagram.

Faturou um torneio do PGA Tour em janeiro, após desbancar Byeong Hun An e Keegan Bradley. O troféu do Sony Open foi o último de sua vida.

Desistiu de participar de uma competição na véspera de sua morte. Ele alegou, ainda na sexta-feira (24), que se afastaria do Charles Schwab Challenge por uma "doença", sem especificar seu quadro aos organizadores. A causa da morte não foi revelada até o momento.

Ficamos arrasados ao saber — e estamos com o coração partido ao compartilhar — que o jogador do PGA Tour Grayson Murray morreu nesta manhã. Estou sem palavras. O PGA Tour é uma família, e quando você perde um membro da sua família, você nunca mais é o mesmo. Lamentamos por Grayson e oramos por conforto para seus familiares Jay Monahan, comissário do PGA Tour

Procure ajuda

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do que informou a matéria, o estado em que Grayson Murray nasceu é Carolina do Norte, e não Califórnia do Sul. A informação foi corrigida.

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