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Oscar reagiu ao câncer para 'calar jornalistas': 'Cabrini que me salvou'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/05/2024 04h00

Oscar Schmidt, 66, revelou que sua virada de chave para vencer a batalha contra o câncer foi para "calar os jornalistas" que o davam como morto. Em entrevista ao Alt Tabet, no Canal UOL, o ex-jogador de basquete também enalteceu o repórter Roberto Cabrini, que ele creditou como único membro da imprensa que o "salvou".

Schmidt destacou que foi "morto" algumas vezes pela imprensa até conceder uma reportagem a Cabrini, que foi até sua casa e o "salvou". "Ele chegou lá em casa para fazer a matéria da vida dele, eu falei: 'Cabrini, olha para mim, veja se eu estou doente. Não estou doente'. Ele falou: 'É, você não está doente'. Ele ficou o dia todo lá em casa e ele me salvou".

O ídolo do basquete brasileiro destacou que após sua entrevista com Cabrini ir ao ar "ninguém falou mais nada" sobre ele estar morrendo na luta contra a doença. "É bom você saber quem chamar para falar. Eu falei: 'Chame o Cabrini, que eu preciso de alguém de peso para calar a boca de todos esses jornalistas que nunca viram basquete na vida deles'. Ele veio e fez uma matéria maravilhosa comigo".

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Oscar foi diagnosticado com câncer no cérebro em 2011 e em 2022 anunciou ter vencido a "batalha" contra a doença. "Ter curado o câncer para mim foi um negócio de outro planeta", afirmou.

Além da ajuda de Cabrini, ele também creditou parte de sua cura ao papa Francisco, que ele conheceu pessoalmente em 2013, durante a visita do pontífice ao Rio de Janeiro.

O papa me ajudou bastante. Ele veio ao Brasil, o governo do Rio me colocou dentro do Palácio com outras famílias [para conhecê-lo]. Ele botou a mão na minha cabeça e falou 'considere-se abençoado'. Tenho minhas crenças e o papa estava ali, eu olhando no olho dele, foi um momento dos melhores que tive na vida.

Oscar Schmidt diz que Bolsonaro foi 'engolido pelo sistema'

Schmidt avaliou que Bolsonaro errou ao defender os filhos em polêmicas e escândalos de supostos casos de corrupção, como rachadinha. "Bolsonaro foi engolido pelo sistema, infelizmente. Ficou defendendo filho... Filho pode te ferrar, filho não vai ficar pensando em você, a hora que tiver uma divisão, um dinheirão do lado de lá e você, ele vai escolher o dinheirão".

O ex-jogador de basquete destacou que Jair demorou para deixar o Congresso e revelou que em 2022 anulou seu voto. "O Bolsonaro era aquele deputado que não dava passo para frente, ficava sempre ali, depois virou presidente. Falei agora sim, vou dar um parabéns para ele [...] mas na eleição seguinte falei: 'por que vou votar? Não tem razão para votar em nenhum dos dois [Lula e Bolsonaro]. Anulei meu voto".

Planos para ser presidente da República

Schmidt afirmou ser "grato a Deus" por ter perdido a eleição para senador em 1998, mas ressaltou que queria chegar ao comando do Executivo. "Eu queria ser presidente da República e eu iria ser um bom presidente, mas não quis mais. Fiquei muito decepcionado [com a política], é um lugar que não era feito para mim. Meu lugar era jogando basquete, fazendo palestra, ganhando dinheiro honesto".

Ele contou que nas eleições de 2022 recebeu nova proposta para concorrer ao Senado, com uma oferta bem generosa em dinheiro, mas recusou. "Veio um enviado, chegou para mim e falou 'doutor Oscar, nós queremos que você seja candidato e para isso nós vamos te dar tanto'. Era muito dinheiro, cara, [dinheiro] que não dava para acabar... Mas falei que não queria mais [disputar cargo político]".

Oscar ressaltou que recusou a oferta com a consciência tranquila e afirmou não confiar plenamente em nenhum político. "Falei não para muito dinheiro e com a consciência total de que estava fazendo o certo. Não dá para colocar a mão no fogo [por político] porque é certeza de que vou me queimar, é muito dinheiro [envolvido]. O povo não pensa no país, pensa no bolso deles".

Alt Tabet no UOL

Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Oscar Schmidt:

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