Oscar Schmidt relembra candidatura a senador: 'Graças a Deus perdi'
Colaboração para o UOL, em São Paulo
01/06/2024 04h00
Oscar Schmidt, 66, disse agradecer a Deus por não ter sido eleito para uma cadeira no Senado em 1998. Durante participação no programa Alt Tabet, do Canal UOL, o ex-jogador demonstrou arrependimento por ter tentado engatar na política, mas admitiu que mirava longe, no Palácio do Planalto.
Schmidt afirmou ser "grato a Deus" por ter perdido, mas ressaltou que seria um bom chefe do Executivo. "Eu queria ser presidente da República e eu iria ser um bom presidente, mas não quis mais. Fiquei muito decepcionado [com a política], é um lugar que não era feito para mim. Meu lugar era jogando basquete, fazendo palestra, ganhando dinheiro honesto".
Ele contou que nas eleições de 2022 recebeu nova proposta para concorrer ao Senado, com uma oferta bem generosa em dinheiro, mas recusou. "Veio um enviado, chegou para mim e falou 'Doutor Oscar, nós queremos que você seja candidato e para isso nós vamos te dar tanto'. Era muito dinheiro, cara, [dinheiro] que não dava para acabar... Mas falei que não queria mais [disputar cargo político]".
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Oscar ressaltou que recusou a oferta com a consciência tranquila e afirmou não confiar plenamente em nenhum político. "Falei 'não' para muito dinheiro e com a consciência total de que estava fazendo o certo. Não dá para colocar a mão no fogo [por político] porque é certeza de que vou me queimar, é muito dinheiro [envolvido]. O povo não pensa no país, pensa no bolso deles".
Ídolo do basquete brasileiro, Schmidt salientou ter um sentimento patriótico muito forte e por diz ter abdicado de muita coisa para defender a seleção. "E na política tem que ser patriota mesmo. É duro conversar sobre política porque tem gente que quer que você se ferre. Tem briga por causa disso. Tenho minha opinião e ninguém pode contestar".
Oscar Schmidt diz que Bolsonaro foi 'engolido pelo sistema': 'Infelizmente'
Schmidt avaliou que Bolsonaro errou ao defender os filhos em polêmicas e escândalos de supostos casos de corrupção, como rachadinha. "Bolsonaro foi engolido pelo sistema, infelizmente. Ficou defendendo filho... Filho pode te ferrar, filho não vai ficar pensando em você. A hora que tiver uma divisão, um dinheirão do lado de lá e você, ele vai escolher o dinheirão".
O ex-jogador de basquete destacou que Bolsonaro demorou para deixar o Congresso e revelou que em 2022 anulou seu voto. "O Bolsonaro era aquele deputado que não dava passo para frente, ficava sempre ali, depois virou presidente. Falei 'Agora sim, vou dar um parabéns para ele' [...] mas na eleição seguinte falei: 'Por que vou votar? Não tem razão para votar em nenhum dos dois [Lula e Bolsonaro]'. Anulei meu voto".
Oscar reagiu ao câncer para 'calar jornalistas': 'Cabrini que me salvou'
Schmidt destacou que foi morto algumas vezes pela imprensa até conceder uma reportagem ao Cabrini, que foi até sua casa e o "salvou". "Ele chegou lá em casa para fazer a matéria da vida dele, eu falei: 'Cabrini, olha para mim, veja se eu estou doente. Não estou doente'. Ele falou: 'é você não está doente'. Ele ficou o dia todo lá em casa e ele me salvou".
O ídolo do basquete brasileiro destacou que após sua entrevista com Cabrini ir ao ar "ninguém falou mais nada" sobre ele está morrendo na luta contra a doença. "É bom você saber quem chamar para falar. Eu falei: 'chame o Cabrini que eu preciso de alguém de peso para calar a boca de todos esses jornalistas que nunca viram basquete na vida dele'. Ele veio e fez uma matéria maravilhosa comigo".
Oscar foi diagnosticado com câncer no cérebro em 2011 e em 2022 anunciou ter vencido a "batalha" contra a doença. "Ter curado o câncer para mim foi um negócio de outro planeta", afirmou.
Alt Tabet no UOL
Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Oscar Schmidt: