Topo

Qual a chance de o Brasil sediar jogo da NBA? Veja prós e contras do país

Logo da NBA, principal liga de basquete do mundo Imagem: Nic Antaya/Getty Images

Arthur Macedo

Do UOL, em São Paulo

07/06/2024 04h00

A NBA tem escritório no Brasil, faz ações frequentes para o público nacional e tem programação especial nas finais, como a NBA House. Mas qual a chance de um jogo da temporada regular ser realizado no país? O UOL foi atrás dos prós e contras para essa pergunta.

O que joga a favor do Brasil

Mercado forte. O Brasil vem dando sinais de alta no interesse pelo campeonato e é palco da maior ativação da NBA fora dos Estados Unidos, a NBA House. Segundo Rodrigo Vicentini, head da NBA Brasil, a liga alcança 50 milhões de pessoas em território nacional. Mark Tatum, vice-comissário da liga, disse em entrevista coletiva que Brasil e México têm ajudado a impulsionar o crescimento de audiência e engajamento na América Latina.

Experiência e estrutura. O Brasil já sediou três partidas de pré-temporada da NBA, entre 2013 e 2015, no Rio de Janeiro — duas partidas entre times da liga (com direito a LeBron James) e uma entre Orlando Magic e Flamengo.

(Os jogos de pré-temporada) foram de extremo sucesso. A gente sempre discute, a cada temporada, para entender qual o momento certo para trazer um jogo para cá novamente Rodrigo Vicentini, head da NBA Brasil

NBA vê o efeito da liga a nível mundial. As finais desta temporada, que começaram nesta quinta-feira (6), têm transmissão para 214 países, e 10 deles — incluindo o Brasil — terão watch parties (como é o caso da NBA House). Mark Tatum defende que a marca pode expandir ainda mais seu impacto e disse que a NBA está apenas "tocando na superfície" da globalização.

Onde o Brasil fica para trás

Cleveland Cavaliers e Brooklyn Nets protagonizaram, em janeiro, o mais recente jogo internacional da NBA, em Paris Imagem: Catherine Steenkeste/NBAE via Getty Images

Há outros mercados mais atrativos para a NBA do que o Brasil. A França tem ganhado os principais olhares da liga fora dos EUA. Um dos principais celeiros de craques do basquete mundial, Paris é encarada como potencial de crescimento. A Cidade Luz recebeu três jogos de temporada regular desde 2020 e sediará mais dois em 2025 — ambos do San Antonio Spurs, do francês Victor Wembanyama. O Reino Unido também atrai atenção especial da NBA.

Nosso escritório europeu é lá [no Reino Unido]. Tivemos por muitos anos jogos lá, até que recentemente passamos a mandar jogos na França. Mas posso contar que estamos tendo discussões para retornar em algum momento no futuro. Existe uma base de fãs apaixonada no Reino Unido Mark Tatum, vice-comissário da NBA

México leva vantagem geográfica contra o Brasil. Na América Latina, os mexicanos saem em vantagem em relação ao Brasil devido à proximidade aos EUA. A facilidade logística de entrada no país faz a liga cogitar, inclusive, colocar uma franquia de maneira fixa na Cidade do México. Já há um "laboratório" em prática, com o time Capitanes de Ciudad de México integrando a G-League, a liga de desenvolvimento da NBA.

Luka Doncic impulsiona o crescimento de audiência da NBA na Espanha e na Eslovênia Imagem: David Berding/Getty Images

Falta de protagonistas brasileiros. A presença de astros estrangeiros pesa no fim das contas. Especialmente a Europa, região onde nasceram astros como Luka Doncic, Nikola Jokic e Giannis Antetokounmpo, se baseia nessa forma de crescimento da NBA. E o Brasil está em baixa. Gui Santos, reserva do Golden State Warriors, é o único brasileiro com contrato na liga — Mãozinha Pereira tem situação indefinida após o fim do vínculo com o Memphis Grizzlies.

Luka Doncic é incrível nesses termos, não só na Eslovênia, mas na Europa. Assinaturas do League Pass crescem quase 50% ao ano. O Dallas Mavericks é o time mais assistido lá. Até na Espanha, onde ele se profissionalizou pelo Real Madrid, as visualizações cresceram em 44%, número carregado primariamente por jogos dos Mavericks. Esse é o tipo de impacto local que percebemos quando um jogador de determinada região participa da liga Mark Tatum, vice-comissário da NBA

Por que vinda da NBA é mais difícil que a da NFL?

A liga de futebol americano dos EUA estará no Brasil em 2024. Philadelphia Eagles e Green Bay Packers se enfrentarão em 6 de setembro, na Neo Química Arena, em São Paulo, no que será o primeiro jogo da história da NFL em território brasileiro.

O calendário da NFL é mais maleável que o da NBA. No campeonato de futebol americano, os times jogam uma vez por semana e ainda têm uma bye week — período de descanso durante as 18 semanas da temporada regular. Na liga de basquete, o cenário é bem diferente. As equipes disputam 82 jogos em período de aproximadamente 26 semanas.

Não faltam lugares que querem sediar jogos da NBA, de pré-temporada ou temporada regular. Considerando a densidade do nosso calendário, fica muito difícil, então temos que ser bem seletivos sobre onde jogar. Nos últimos anos, fomos a lugares onde nunca havíamos jogado. Índia, Abu Dhabi... Estamos expandindo com o tempo, mas infelizmente há mais demanda que disponibilidade Mark Tatum

A NFL joga mais vezes fora dos EUA que a NBA. Cinco das 272 partidas da próxima temporada regular da NFL serão em território estrangeiro — além do Brasil, uma na Alemanha e três no Reino Unido. Já na NBA serão apenas três de 1.230 jogos, dois entre Indiana Pacers e San Antonio Spurs na França, e um a definir no México.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Qual a chance de o Brasil sediar jogo da NBA? Veja prós e contras do país - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Basquete