Filha de Pampa relata drama com câncer e exalta o pai: 'Uma criança grande'
Filha mais velha de Pampa, morto nesta sexta-feira (7) após luta contra um linfoma de Hodgkin, Rafaella Ferrer detalhou ao UOL o drama vivido pelo campeão olímpico nos últimos meses.
"Foram tempos muito difíceis"
Início da luta com positividade. "Meu pai estava tratando um linfoma que descobriu no ano passado. Ele fez quatro sessões de quimioterapia, mas ele estava super bem. O prognóstico era bom."
Reação rara. "Na última sessão, um dos quimioterápicos causou uma reação super rara de acontecer: ocorre só com 5% das pessoas, e um dos efeitos dessa reação é uma pneumonia. Então, ele começou a desenvolver a Sara (síndrome da angústia respiratória aguda), uma doença pulmonar. Não tinha a menor ideia que se tratava disso."
Pulmão debilitado. "Depois da quimioterapia, começou a cair a imunidade dele em casa. Ele passou a se sentir mal e não sabíamos o que era. Quando ele foi para o hospital, o pulmão dele já tinha muitas lesões, ele já estava com febre e vinha em situação de infecção pulmonar."
Do Rio para São Paulo. "Ele ficou mais de 30 dias internado no Rio de Janeiro, onde ele morava, e a gente conseguiu transferi-lo para São Paulo há quase dois meses para o Beneficência Portuguesa. Ele ficou sob os cuidados do Dr. Fernando Ribas, que foi muito competente ao lado de sua sua equipe. Houve todo o suporte para o tratamento."
Quadro irreversível e morte. "As lesões que ele tinha no pulmão geraram lesões muito graves. Ele tinha fibrose no pulmão, era um caso bem grave. Por volta das 4h, ele nos deixou. Não aguentou, não suportou. Teve uma parada [cardíaca]. Foi muito difícil esse processo. Foram quase três meses de luta, e ele, por ter um corpo muito forte, estava super bem, era só a questão pulmonar que estava grave. Foram tempos muito difíceis."
"Uma criança grande"
Rafaella ainda ressaltou alguns momentos ao lado de Pampa e lembrou que fez as vezes de "irmã mais velha" do pai, exaltando suas principais características.
Alto astral. "Meu pai é muito amado por todos. Ele era uma criança grande E só fazia o bem para os outros. Ele fazia piada de tudo e se divertia o tempo todo, a risada dele era marca registrada."
Filha ou irmã? "Brinco que eu era a irmã mais velha dele porque quem dava bronca era sempre eu. Ele me ligava para pedir conselhos e opiniões. A gente sempre teve uma relação muito de irmãos mesmo. Éramos muito próximos e isso, ao mesmo tempo, é triste: perder também o meu melhor amigo."
Gratidão. "Fico muito feliz de ter tido a oportunidade de ter sido filha dele. Foi absolutamente especial tudo que eu pude ter na minha vida: todas as oportunidades e vivências que tive diante da carreira dele. Nossa relação era muito forte, vai ser uma saudade eterna."
Viúva se diz "arrasada"
Paula Falbo, viúva de Pampa, mostrou não acreditar na morte do companheiro. Ela — que não é mãe de Rafaella — tem Isabella Maria, de quatro anos, com o ex-jogador de vôlei.
André é uma pessoa intensa. Um super marido e super pai. Foram muitas histórias vividas. Estou arrasada e sem acreditar. Nossa menina é muito mais apegada a ele do que a mim. Em novembro, ele deu o primeiro buquê de flores a ela no aniversário de quatro anos. André é meu porto seguro e meu abraço acolhedor. Quando ele chega, meu coração se aquece e surge uma luz. E agora? Estou sem chão Paula, ao UOL