Nadadora trans tem caso rejeitado no CAS e ficará fora de grandes eventos
A nadadora transgênero Lia Thomas perdeu a batalha judicial e não poderá participar de provas de natação feminina de elite.
O que aconteceu
A atleta foi derrotada no processo legal contra a World Aquatics (Federação Internacional de Esportes Aquáticos). A ação da nadadora de 25 anos queria derrubar a política da entidade que impede mulheres trans de competir em divisões femininas.
O caso foi rejeitado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS). Em documentos de 24 páginas, o tribunal entendeu que a atleta não é elegível para questionar a decisão da World Aquatics.
Lia Thomas simplesmente não tem o direito de se qualificar para disputar competições da World Aquatics como alguém que não é mais membro da USA Swimming (Federação de Natação dos Estados Unidos), portanto não foi suficientemente afetada pelas regras para ser capaz de desafiá-las.
Decisão da Corte Arbitral do Esporte
Em junho de 2022, a World Aquatics, que dita as regras das competições de elite, definiu uma nova política de gênero. Ficou estabelecido que é permitido que mulheres transgênero competissem em eventos femininos apenas se tivessem feito a transição antes dos 12 anos ou antes das primeiras etapas da puberdade.
A decisão não permite que mulheres que passaram pela puberdade masculina, como é o caso de Thomas, de participar de competições femininas. A atleta, portanto, continua impedida de nadar na categoria.
A World Aquatics está empenhada em promover um ambiente que promova a justiça, o respeito e a igualdade de oportunidades para atletas de todos os gêneros e reafirmamos este compromisso.
World Aquatics, em comunicado
Em 2022, a World Aquatics introduziu a categoria "aberta" para nadadores transgêneros. Porém, os planos de estreia na Copa do Mundo de Berlim, em outubro do ano passado, foram cancelados depois que nenhuma inscrição foi recebida.
O caso Lia Thomas
Em março de 2022, Thomas ganhou notoriedade ao tornar-se a primeira atleta transgênero campeã universitária nos Estados Unidos. A conquista inédita nas 500 jardas livres ficou marcada pela recusa das rivais em posar para a foto no momento do pódio.
A terapia de transição hormonal da americana começou em maio de 2019. Antes, Lia frequentou a Universidade da Pensilvânia e nadou na equipe masculina entre 2017 e 2020.
Em 2021, porém, ela atendeu aos requisitos de terapia hormonal da NCAA para nadar na equipe feminina — o que aconteceu nas temporadas 2020/21 e 2021/22.
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