Derrota do vôlei em Tóquio criou 'casca' na seleção: 'Pressão diferente'
O levantador Cachopa, de 28 anos, vai para sua segunda edição das Olimpíadas mais experiente e com o aprendizado de Tóquio na bagagem. A frustração por não ter subido ao pódio naquela competição de vôlei ficou para trás, mas as lições ele levará para a vida inteira.
"O gostinho que eu senti lá em Tóquio não gostaria de sentir nunca mais, assim, de ter chegado muito perto de uma final, de ter chegado muito perto de ganhar uma medalha de bronze depois e não ter alcançado esses objetivos", contou ao UOL.
Se na última edição ele ficou no "quase", agora ele vê o grupo mais maduro e preparado para buscar uma medalha olímpica em Paris. "A gente tem um grupo muito jovem, que trouxe uma energia muito bacana nesses últimos três anos. A gente tem feito tudo que pode ser feito, o processo de treinamento, de dedicação, para poder chegar e conquistar uma medalha", avisa.
Desde sua estreia olímpica, ele fez uma temporada muito boa no Brasil e depois foi para o voleibol italiano. Cachopa acredita que evoluiu coletivamente e também individualmente, tanto que foi titular em muitas partidas do Brasil na Liga das Nações. Para ele, essa trajetória vai ajudar bastante em Paris.
"Para quem vive as Olimpíadas pela primeira vez, é um campeonato muito diferente de todos os outros. É uma intensidade diferente, uma pressão diferente, não tem nenhuma partida que é um pouquinho mais fácil, um pouquinho mais difícil. E para quem vive aquilo pela primeira vez, assusta um pouquinho, para ser bem sincero", admite
Cachopa reforça que essa bagagem internacional ajudou a criar uma "casca" que será importante agora nas Olimpíadas. E para além disso, o retorno do técnico Bernardinho para o comando da seleção masculino foi positivo, até por toda a história do treinador no vôlei do Brasil.
"Ele dispensa comentários. Ganhou tudo com a seleção, fez um trabalho excepcional até as Olimpíadas do Rio, com várias finais olímpicas e finais mundiais. Ele sempre foi uma pessoa que eu tive muita vontade desde cedo de trabalhar, ainda não não tinha acontecido até esse ano, e assim, tudo que ele tenta me passar, eu tento absorver ao máximo."
Como levantador, Cachopa divide a função na seleção com Bruninho, experiente campeão olímpico e filho de Bernardinho. "Ele é o líder desse time aqui. Sempre foi uma referência para mim também, dentro do vôlei. É um cara que eu também posso aprender muito ainda", afirma.
Nos Jogos de Paris, o Brasil estará no mesmo grupo de Itália, Polônia e Egito. É considerado o "grupo da morte", mas Cachopa sabe que os adversários também sabem da força e tradição da seleção. "Lá fora, todo mundo respeita muito o vôlei brasileiro. Eu tive contato com muitos italianos, com alguns alemães, alguns canadenses, e todos eles respeitam muito, e até perguntam como é a nossa rotina de treinos, rotina de musculação, como é a preparação para os jogos, é uma coisa que eu acho que é de interesse deles."
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