Mãe de boxeadora argelina fala pela 1ª vez após ouro: 'Minha filha é amada'

A mãe da boxeadora Imane Khelif, que foi envolvida em uma polêmica sobre gênero durante as Olimpíadas, falou pela primeira vez sobre os comentários envolvendo a filha, medalhista de ouro na categoria meio-médio feminino dos Jogos.

O que aconteceu

Até então reclusa, Nasria saiu em defesa da filha e deu indireta sobre as críticas feitas por anônimos e famosos, que apontaram Imane como "um homem lutando contra mulheres". Nomes como JK Rowling e Donald Trump estão entre os que se manifestaram.

Minha filha é amada e prometo dar amor e apoio inabaláveis, como sempre fiz desde que ela nasceu. Eu sempre estarei lá pronta para ajudar ela Nasria, ao Daily Mail

Omar, pai da atleta, já havia abordado o assunto ao falar sobre o gênero da argelina. "Minha filha é uma menina. Ela foi criada como uma menina. Imane é uma menina que ama esportes desde os seis anos de idade", disse ele, à AFP, no início do mês.

Imane tem lidado com suspeitas sobre seu gênero desde 2023. Ela voltou a afirmar que é mulher logo após vencer a húngara Anna Luca Hamori, pelas quartas de final da categoria até 66kg do boxe feminino — dias depois, ela faturou o ouro ao desbancar a chinesa Tang Liu.

Quero dizer ao mundo inteiro que sou mulher e continuarei mulher. Eu dedico esta medalha ao mundo e a todos os árabes, e digo a vocês, vida longa à Argélia

Polêmica sobre gênero

A polêmica sobre o gênero de Imane Khelif começou em meio ao Mundial de Boxe do ano passado. O evento é organizado pela Associação Internacional de Boxe (IBA, sigla em inglês), que a desclassificou pelo fato de Imagine não ter passado em um "teste de gênero" feito pela entidade.

Imane Khelif (de vermelho) acerta Angela Carini (de azul) durante luta válida pelo boxe nas Olimpíadas
Imane Khelif (de vermelho) acerta Angela Carini (de azul) durante luta válida pelo boxe nas Olimpíadas Imagem: Mohd Rasfan/AFP
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A polêmica sobre Imane ganhou força quando ela venceu Angela Carini. A atleta italiana desistiu da luta após 46 segundos, depois de levar golpes na altura do nariz.

Outra lutadora lida com a polêmica quanto ao teste de gênero feito pela IBA: a taiwanesa Lin Yu-ting, que também ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas. A IBA não explica em seu site o método do teste, que diz ser "confidencial", mas afirma que elas "têm vantagens comparadas com as outras competidoras".

O porta-voz do COI explicou por que um teste de testosterona não é adequado. "O teste de testosterona não é um teste perfeito. Muitas mulheres podem ter níveis de testosterona iguais ou semelhantes aos dos homens, embora ainda sejam mulheres", disse Mark Adams, porta-voz do COI, sobre o caso.

O COI diz que a IBA, que organizou o Campeonato Mundial, não é mais um órgão reconhecido como competente pelo comitê desde 2023. Um documento oficial cita que a organização de boxe apresentou falhas recorrentes relacionadas à integridade e transparência da associação, que foi acusada de manipulação de resultados e corrupção. Não há qualquer confirmação que Imane Khelif não seja uma mulher cisgênero.

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