Italo aposta em pai amuleto e treinos na piscina por bi mundial no surfe

Italo Ferreira é o representante brasileiro na disputa masculina do WSL Finals, a final do Circuito Mundial de Surfe, que tem primeira chamada às 11h30 (horário de Brasília) desta sexta-feira (6). Em busca do bicampeonato da competição, o potiguar aposta em seu pai amuleto e numa preparação feita em piscina de ondas.

Seu Luizinho: o amuleto

Italo fez questão de levar seu pai, Luiz Ferreira, para Trestles (EUA), local da disputa. Seu Luizinho, como é chamado, roubou a cena na etapa de Saquarema (RJ) deste ano com seu carisma e virou um amuleto para o surfista.

Luizinho nunca havia assistido o filho ser campeão ao vivo numa etapa da WSL. A etapa carioca foi a primeira em que isso aconteceu. Supersticioso, Italo resolveu repetir a dose.

Meu pai também está vindo, é o amuleto que vai trazer alegria para os nossos dias e para a competição também. Quero vencer aqui para que ele possa sentir orgulho do filho que me tornei
Italo Ferreira, em coletiva da WSL

Preparação em piscina de ondas

Italo optou por se preparar para o WSL Finals em uma piscina de ondas. O local escolhido foi o Boa Vista Village, em Porto Feliz (SP).

O UOL apurou que a opção por ondas artificiais foi para priorizar seu treino técnico de manobras e aéreos. O mar de Trestles proporciona mais este estilo de surfe, diferentemente de Teahupoo e Fiji, por exemplo, onde as ondulações são maiores e com formações de tubos.

Na piscina, ele pôde ter um ambiente controlado e com maior volume de ondulações. No mar, Italo poderia correr o risco de perder tempo de treinamento caso as condições não se apresentassem como ideais.

Me preparei na piscina de ondas, onde realmente coloquei toda minha energia ali. Me dediquei para melhorar a performance tanto nas manobras quanto nos aéreos, então estou muito bem e confiante para essa final Italo Ferreira

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Treinos com fisiculturistas

Italo Ferreira chega ao WSL Finals com o melhor preparo físico de sua carreira, algo que pode ser um diferencial. Ele se classificou em quinto e, pelo formato da competição, precisa vencer a primeira bateria contra o quarto [Ethan Ewing] e depois encarar o terceiro [Jack Robinson], o segundo [Griffin Colapinto] e o primeiro [John John Florence] do ranking para chegar ao título, o que fará com que ele percorra o maior caminho.

Chaveamento masculino da WSL Finals: Italo inicia caminhada contra o australiano Ethan Ewing
Chaveamento masculino da WSL Finals: Italo inicia caminhada contra o australiano Ethan Ewing Imagem: Divulgação / WSL

Nesta temporada, porém, o surfista mudou totalmente sua rotina e agora treina com fisiculturistas. A academia fica em São Paulo e pertence a um de seus patrocinadores.

Realmente ajustei minha rotina. Comecei a treinar em São Paulo, na Integral Médica, onde tem uns caras que pensam em performance o dia inteiro. Antes, eu tinha acabado me desviando ali, só estava surfando, ou seja, estava me desgastando muito, e aí entrei para essa academia e melhorei meu preparo Italo Ferreira

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'É como meu pai fala: se deixar chegar...'

Italo acredita que pode levar vantagem por ser o único "goofy" da WSL Finals. A expressão é utilizada para quem surfa com o pé direito na frente da prancha.

"Sou o único goofy, então sobra mais onda para mim, porque provavelmente todos olham para a direita e acabam sobrando as esquerdas. Tenho a opção de ir para os dois lados. Há dois anos, conseguia sufocar o adversário o tempo inteiro tanto para a direita quanto para a esquerda, não ficava preso a um tipo de onda ou repertório. Acho que se for o que realmente tem na lista de critérios, há dois ou, no máximo, três caras ali no Finals que se encaixam nesse tipo de onda com variação de manobras. Acho que tenho realmente um arsenal muito bom para essa competição. As ondas vão estar medianas, e é algo que já surfo a minha vida inteira", avaliou.

Seu Luizinho costuma carregar um mantra sobre Italo: "Se deixar chegar...". A teoria é embasada pelos números, já que Ferreira possui uma média de 69% de aproveitamento em decisões.

É o que meu pai fala, né?: 'Se deixar chegar, vão ter que aguentar', porque fui com tudo [nas etapas que lhe garantiram vaga no Finals]. É como se tivesse colocado todas as fichas. E é o que vai acontecer agora, porque estou em quinto e tenho que bater um por um para ser campeão. Vivi esse jogo há dois anos, onde tive que sair da primeira bateria até a última para decidir o título. Acabei perdendo, mas fiquei muito feliz com tudo que aconteceu e a experiência que vai ser colocada neste ano, onde estou na mesma posição e sou um dos caras que tem energia suficiente para fazer tudo isso durante um dia inteiro Italo Ferreira

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