Jogo no Brasil tem 'padrão NFL' na segurança, comida e até nos ambulantes

O São Paulo Game prometia ser especial, e não à toa foi sem precedentes. Para além do espetáculo do jogo em si, a primeira partida da NFL em território brasileiro ofereceu aos fãs uma experiência bastante diferente do que se vê em dias de partidas de futebol.

Padrão NFL

O esquema de segurança no entorno da Neo Química Arena foi mais que reforçado para atender ao "padrão NFL". Um grande contingente policial foi escalado para patrulhar o perímetro do estádio, com agentes bilíngues para atender ao público diversificado que prestigiou o evento. Não se andava 50m sem ver um agente de segurança.

Vendedores ambulantes de produtos ou alimentos não foram permitidos nos arredores do local. Jerseys, nome dado às camisas de futebol americano, paralelas só eram comercializadas nos limites do Shopping Metrô Itaquera, do outro lado da avenida, a R$ 220 — já o preço para "levar na hora" após barganha caía para R$ 150.

Já cambistas operavam normalmente, só que mais discretamente. Ingressos de diferentes setores da Arena eram vendidos de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil. O UOL ouviu que a questão do comércio paralelo no entorno foi debatido em reuniões para a realização do jogo.

Neo Química Arena preparada para o São Paulo Game, 1º jogo da NFL no Brasil
Neo Química Arena preparada para o São Paulo Game, 1º jogo da NFL no Brasil Imagem: Fernando Bueno/Ag. Corinthians

Dentro das dependências da Arena havia diversas atrações gratuitas para os fãs. Era possível visitar o troféu Vince Lombardi, ver de perto um anel do Super Bowl e participar de ativações interativas, além tirar fotos com objetos icônicos da modalidade.

O São Paulo Game reuniu mais de 47 mil pessoas, mas transcorreu de maneira ordenada. A entrada no estádio foi gradual e não demorou tanto levando em consideração a quantidade de torcedores. Os portões foram abertos pouco depois das 17h (de Brasília), cerca de quatro horas antes do apito inicial. A saída da Arena também foi tranquila, com maior espera para conseguir pegar o metrô.

Custo elevado

Só dava para comer no estádio, e o preço estava salgado, de novo no "padrão NFL". A comida mais barata custava R$ 18 reais, nas opções de espetinho ou stick dog coreano simples — salsicha no palito com massa de trigo. Pedaços de pizza de diferentes sabores eram vendidos por R$ 32; o X pernil, por R$ 40; e hamburgueres a partir de R$ 45. Água a R$ 8, refrigerante a R$ 12 e um copo de cerveja a R$ 18.

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O valor dos produtos oficiais também seguiu os parâmetros internacionais, e a fila para entrar na super loja da NFL beirava uma hora. Um copo personalizado da partida ficava em R$ 30. Chaveiros eram comercializados a R$ 99, enquanto bonés ultrapassavam a casa dos R$ 300. Até tinha camisas temáticas por cerca de R$ 200, mas as jerseys oficiais custavam R$ 1,2 mil.

A cerveja, no entanto, foi liberada, o que não ocorre em jogos de futebol. A venda de bebidas alcoólicas é proibida em estádios paulistas desde 1996, mas foi aberta a exceção para a partida da NFL, assim como costuma ser em eventos internacionais, como a Copa do Mundo.

Megaoperação de segurança

Foram nove departamentos da Polícia Civil de São Paulo envolvidos no evento. Além disso, as delegacias que atuam no entorno do estádio e três centros de comando e controle, para monitoramento da área, ficaram à disposição.

O esquema contou com grupos antibombas, cachorros farejadores, drones e até helicóptero. O policiamento focou em combater furtos de celulares, golpes relacionados a cartões de créditos e revenda de ingressos, que estavam esgotados. Diversos agentes de apoio ao turista também estiveram presente por todo o perímetro do estádio.

Os torcedores foram vistoriados e passaram por detectores de metais para entrar nas dependências da Arena. Havia uma extensa lista de itens proibidos para a partida, como mochilas (guarda-volumes podiam ser alugados) e camisas de times brasileiros. O UOL não flagrou nenhum torcedor vestido de tal maneira, e não foram registrados casos de fãs barrados por este motivo até pouco antes do início do jogo.

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A própria NFL também trouxe agentes de segurança próprios para garantir o seu "padrão". A Liga ficou responsável por comandar as operações no estádio. Contando com materiais das equipes para treino e jogo, foram cerca de 45 toneladas de equipamentos.

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