Porta-bandeira do Brasil em Paris se torna referência no combate ao câncer

Há dois meses, a vida de Raquel Kochhann ficou ainda mais agitada, mas é por um ótimo motivo. Desde que carregou a bandeira do Brasil na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris, a jogadora da seleção de rúgbi tem inspirado muita gente ao falar sobre sua luta contra o câncer.

Em conversa com a reportagem do UOL, Raquel contou que está com a agenda cheia de eventos, rodas de conversas em escolas e palestras onde conta como enfrentou o tratamento contra um câncer de mama no osso esterno de maneira leve e positiva. A catarinense fez questão de encaixar essa nova atividade na rotina de treinos intensos no rúgbi.

"Continuo sendo a mesma pessoa de sempre, a mesma atleta dedicada à minha modalidade. Mas agora, eu me sinto honrada em também ter um papel muito importante no incentivo de outras mulheres, de mostrar para elas que a gente pode encarar um diagnóstico de câncer de uma maneira mais leve e tranquila... receber esse diagnóstico não é uma sentença de morte", falou Raquel ao UOL

"Procuro mostrar que o processo vai depender da forma que a gente encara. E se a gente pode levar com maior leveza, fica um pouco mais fácil, porque a gente pode superar esse momento. Eu ter tido a oportunidade de mostrar para mais brasileiros a minha história de como eu superei esse processo, me fez carregar hoje essa honra de poder levar a palavra para outras mulheres e melhorar o dia de alguém diariamente", completou a jogadora ao falar sobre a mudança após ter sido porta-bandeira do Time Brasil em Paris.

Além de participar de eventos presenciais, Raquel também ganhou grande engajamento nas redes sociais. Desde então, ela se esforça para interagir com o público que a procura e compartilha mais sobre sua rotina de treinos e tratamento pós-câncer.

"Eu dedico todos os dias, pelo menos 40 minutos a uma hora a responder todas as pessoas. Eu faço questão de dar atenção e carinho, principalmente para mulheres que estão passando pelo processo, ou tiveram um diagnóstico. Sempre dedico um pouco do meu tempo a melhorar talvez o dia dessas pessoas, entender como está sendo o processo delas, conhecer novas histórias e novos casos de superação ou pelo menos incentivar alguém que tenha um diagnóstico", destacou.

Estar em evidência nos Jogos da capital da França também ajudou Raquel a colocar o holofote em seu esporte. Segundo ela, as atletas da seleção estão empolgadas com a visibilidade que o rúgbi ganhou.

"Como atleta foi, também, muito importante poder colocar o rúgbi na vitrine. Mostrar não só para o mundo, porque o mundo conhece o rúgbi, mas principalmente para os brasileiros. A gente tem um esporte incrível, que merece ser mais explorado e ter um pouquinho mais de atenção. Eu tive essa honra de carregar a bandeira e isso me colocou na vitrine para que eu tivesse a oportunidade de mostrar o rúgbi para os brasileiros", comentou.

Agora, Raquel concilia a vida de atleta com a vida de influenciadora. Disciplinada, a brasileira diz que conseguiu encaixar tudo em sua agenda e não perde os treinos com a equipe de rúgbi.

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"Eu faço questão de tentar atender o maior número de pessoas possíveis, principalmente escolas, alunos ou pessoas que têm referência ou que trabalham com jovens em desenvolvimento ou pessoas em tratamento de câncer. Gosto de mostrar que eu também sou humana, a gente não é nada de super heroi ou de outro mundo. A minha agenda está super lotada com diversos compromissos nesse sentido. Tanto com conversas com escolas, e agora vindo o Outubro Rosa, tenho ainda mais demanda da parte oncológica", explicou.

"A disciplina eu levo em tudo na minha vida, tanto na minha vida pessoal como na minha vida de atleta. Eu priorizo e continuo priorizando é a minha vida de atleta. Então, desempenho dentro de campo sempre 100%. Eu tenho meus horários que eu disponibilizo para que eu faça essas atividades e interações com outras pessoas. Sempre equilibrando treinamento, descanso e lembrando isso para que a gente consiga manter uma vida equilibrada e saudável", acrescentou Raquel.

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