Lenda da ginástica, Comaneci diz que Rebeca é caso raro e exalta: 'Diva'
Lendas da ginástica, Rebeca Andrade e Nadia Comaneci se encontraram nesta sexta-feira (27) durante o COB Expo, em São Paulo.
'Diva' e premonição
O clima entre Rebeca e Nadia Comaneci foi de reconhecimento. A brasileira falou sobre o carisma da romena ao comentar os estilos de cada uma. A europeia mostrou seu bom português ao se referir à Rebeca como 'diva'.
Eu acho que tenho uma ginástica muito diferente, mas o carisma é o mesmo. Acho que isso a faz ter essa importância para todos ate hoje. Rebeca Andrade
Eu chamo ela de diva. Eu realmente gosto da ginástica dela porque é artística e acrobática. Ela é teatral, sabe como performar, tem movimentos difíceis. Nosso esporte é chamado de ginástica artística e ela é os dois. Isso é muito raro. Nadia Comaneci
Nadia Comaneci conhece Rebeca Andrade há muito tempo. A romena afirmou que conheceu a brasileira quando ela tinha apenas 10 anos e competiu em um de seus torneios. A apresentação impressionou.
A Rebeca tinha 10 anos e ela competiu no meu campeonato. Ela nunca parava, tinha energia até o fim, muita determinação. Eu falei para o meu marido: 'Essa moça tem potencial'.
Medalha mais importante e sacrifícios em Paris
Nem a vitória sobre Simone Biles no solo fez Rebeca Andrade se sentir tão nervosa quanto a final por equipes nas Olimpíadas de Paris-2024. A atleta admitiu que o bronze inédito conquistado ao lado de Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Julia Queiroz e Lorrane Oliveira foi a medalha mais importante conquistada por ela neste ano.
Acho que um dia que eu posso ter ficado nervosa foi na competição por equipes, porque quando estamos juntas, entendo a importância da minha nota para o grupo. Não é uma pressãoo ruim, é uma importância. Tanto que a medalha mais especial para mim foi a de bronze por equipes. Foi muito especial conquistar com elas, o grupo merecia muito. Rebeca Andrade
As dores seguem acompanhando Rebeca Andrade. A brasileira admitiu que tem lidado com problemas e chegou a indicar uma possível aposentadoria da ginástica. O término das Olimpíadas de Paris-2024 sem precisar passar por uma nova cirurgia aliviou a atleta.
Vocês sabem as inúmeras cirurgias que tive que passar. Eu tenho sentido bastante dores que foram controladas com medicações durante a Olimpíada. Eu só queria viver Paris e terminar de uma forma feliz. E eu consegui. Então quando eu terminei e vi que estava bem, falei: 'ufa, estou viva'. Eu iria poder voltar tranquila para o Brasil e abraçar minha família, meus cachorros, sem precisar ir para uma sala de cirurgia.
Novo salto vem aí?
Rebeca Andrade chegou a inscrever o Triplo Twist Yurshenko com a ideia de realizá-lo durante as Olimpíadas de Paris-2024. Ela, no entanto, não arriscou e manteve a carta guardada na manga.
Dois meses após o término dos Jogos Olímpicos, ela disse que ainda não desistiu de realizar o salto, que pode ser batizado com seu nome.
Eu espero que sim. Queria muito ter feito em Paris, mas senti que não era o momento e que não precisaria. Ele não sairia perfeito e eu precisaria que saísse perfeito. Vou continuar treinando, pretendo fazer ele, sim, em alguma competição, mas quando estiver bem treinado.