Quem é o reforço do Botafogo para o NBB que é fenômeno nas redes sociais
Reforço do Botafogo para a nova temporada do Novo Basquete Brasil, o ala Felipe Motta é um fenômeno nas redes sociais, passa dos dois milhões de seguidores em seus perfis do Instagram e do TikTok, e já foi rosto de campanhas de algumas grandes marcas de diversos segmentos.
Esse negócio das redes sociais foi uma grande surpresa. Aconteceu tudo muito do nada, de uma maneira muito natural. Eu comecei postando vídeos na internet um pouco para me divertir, me distrair, e tomou um rumo muito maior daquilo que eu esperava Felipe Motta
Além de buscar mais espaço em quadra, após passagem pelo rival Flamengo, o acerto de Motta com o Alvinegro guarda também uma "herança" familiar. Os pais eram atletas do clube quando se conheceram em General Severiano.
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O que aconteceu
O ala, que tem 21 anos e 2,1m, foi anunciado pelo Glorioso na última semana como reforço para a disputa do NBB. Ele é de família brasileira, mas nasceu na Itália e rodou em algumas ligas antes de chegar ao Brasil, para jogar no Fortaleza. Também defendeu o Flamengo.
Felipe bomba nas redes sociais. Ele tem 1,9 milhão seguidores no TikTok e 1,1 milhão no Instagram — ambas plataformas para a publicação de fotos e vídeos.
O jogador "furou a bolha" no começo do ano passado. No vídeo, ele mostrava a saga para conseguir comprar um tênis do tamanho 47.
Eu fui para um shopping e entrei em todas as lojas que vendiam calçados perguntando se eles vendiam tênis tamanho 47. Nenhuma loja tinha. Então, postei isso e acumulou mais de 14 milhões de visualizações nas redes, e isso meio que furou a bolha. A partir desse vídeo, a galera começou a me acompanhar Felipe Motta
Felipe ganhou visibilidade e seguidores, e admite um susto com a questão financeira. Como algumas plataformas pagam quantias por visualizações, de repente ele viu uma alternativa para ganhar uma renda extra. "Foi um lado positivo também, porque não é em todos os lugares que você consegue ter uma grande renda, como por exemplo, no futebol. Então, é uma grana extra que ajuda bastante".
O ala alvinegro celebra o impacto que pode ter ao atrair novos fãs de basquete. Ele atinge um público jovem, e que passou a acompanhar também os jogos e campeonatos da modalidade.
"Estou muito feliz pelo impacto, principalmente porque é um público muito jovem. É uma molecada que está se aproximando do esporte, que está indo aos jogos e isso está contribuindo também para o crescimento do basquete no Brasil. Espero que eu consiga até encorajar outros atletas a começarem a fazer isso porque, quanto mais pessoas vierem nos assistir, mais patrocínios conseguimos e mais investimentos na modalidade", analisa.
O atleta fez campanhas para grandes marcas. Empresas como McDonald's, Hellmann's, Decathlon, John John, China in Box e outras já o escolheram para ações nas redes.
Felipe Motta tem uma equipe que auxilia nas conversas com as empresas. "A maioria dos conteúdos eu que penso, faço o roteiro, edito. Mas [o auxílio externo] virou uma necessidade porque começaram a chegar muitas propostas, e como eu era novo nesse mundo da internet, não tinha ninguém para me ajudar. São três pessoas que ajudam a gerenciar, a fazer orçamentos, essas coisas".
O ala foi um dos comentaristas dos Jogos Olímpicos de Paris na CazéTV. Ele é namorado da jogadora de vôlei Gabi Gagliassi, que tem 2,1 milhões de seguidores no Instagram.
Temos essas duas vidas muito parecidas, né? Vivemos do esporte e da internet, nos entendemos completamente nesses dois aspectos, e conversamos bastante sobre os dois assuntos
Prioridade na vida esportiva
Felipe ressalta que, apesar do sucesso nas redes, o foco dele está em quadra. A agenda e a rotina giram em torno dos compromissos que ele tem como atleta.
Eu dou prioridade para minha vida esportiva, e minha vida de 'influenciador', entre aspas, é segundo plano. Muitas vezes tive que abrir um monte de oportunidades, como participar de eventos ou fazer publicidade, por causa da minha vida esportiva. Mas foi algo que eu escolhi. Eu ainda tenho um sonho, que é ser o melhor jogador de basquete possível, e eu não vou abrir mão disso por enquanto. Então, vou levando as duas coisas até o ponto que der Felipe Motta
A relação do Botafogo com a família
Os pais de Felipe Motta foram atletas do Botafogo e se conheceram em General Severiano. Paulo César Motta foi jogador de basquete, e Barbara Gomes foi atleta de vôlei.
Os dois se conheceram aqui no Botafogo. Essa aqui é uma história que parece quase escrita para eu jogar aqui, né? Eles ficaram muito felizes. Me falaram que tiveram momentos muito felizes jogando aqui pelo Botafogo. Tiveram ótimas passagens em nível esportivo e também de vida social, que eles têm amizades que fizeram no clube e que persistem até hoje aqui. Eles ainda não têm previsão de vinda, mas estou incentivando muito Felipe Motta
Os pais dele foram jogar em clubes italianos, e ele nasceu no país europeu. Ele viveu por lá até cerca de 16 anos, antes de desbravar o mundo. Com dupla cidadania, atuou pela seleção brasileira na base e chegou a ser eleito o melhor jogador da América do Sul por duas vezes. Passou ainda por Austrália e pelos Estados Unidos, na NBA Global Academy, antes de desembarcar no Fortaleza, em 2022, para a primeira experiência no país.
"Eles ficaram muito felizes. Os dois me falaram que eles tiveram momentos muito felizes jogando aqui pelo Botafogo, eles também tiveram ótimas passagens em nível esportivo e também de vida social, mas eles têm amizades que persistem até hoje aqui que eles fizeram no clube do Botafogo. Eles ainda não têm previsão de vida, mas eu estou incentivando muito eles a virem, talvez no Natal ou no período para eles voltarem para cá depois de muitos anos e virem ver um jogo. Eu acho que eles iriam curtir bastante", lembra.
O que mais ele disse?
Expectativa para a temporada. "Estou muito animado. O Botafogo me deu essa oportunidade, e acho que é um lugar onde eu vou poder evoluir muito. Sou jogador jovem e eu acho que aqui eu vou ter uma oportunidade de melhorar e competir no nível mais alto. Acredito muito no trabalho do nosso técnico, o Sebastian. E eu sei já que é um técnico muito competente e eu acredito muito no trabalho dele e nesse time. Acho que temos um grande potencial e podemos fazer um belo campeonato".
Seu pai acompanha os jogos e dá dicas? "Ele vê todos os jogos que eu jogo, todos os minutos. Não perde um [jogo]. E está sempre ali pronto para me dar dicas e me ajudar, desde pequeno. Tenho tudo a agradecer a ele. Sempre foi aquele que, depois do jogo, me falou quando joguei bem, quando joguei mal. Quando eu tenho uma dúvida, quando eu tenho uma dificuldade, ele é a primeira pessoa a quem eu procuro".
Você passou pela seleção brasileira na base, e rodou algumas ligas pelo mundo. "Tive uns anos de base muito bons com a seleção brasileira, ganhei prêmios . Foi uma honra ter jogado com a seleção brasileira. Tentei uma passagem também pelo basquete norte-americano, joguei em uma universidade, mas não foi do jeito que eu esperava. Tinha expectativas diferentes daquilo que realmente foi, e decidi focar mais no basquete profissional. Foi aí que eu vim ao Brasil. As coisas não foram como esperado, mas estou muito feliz. Acredito que tudo acontece por um motivo, e se eu estou aqui hoje, eu só tenho que agradecer todas as coisas que aconteceram nesse tempo".