Bottas explica o que falta para decisão que pode colocar brasileiro da F1
Valtteri Bottas saiu do último GP da F1, em Singapura, há pouco menos de um mês, confiante de que tinha garantido seu lugar na Sauber na próxima temporada. Afinal, já tinha acertado as bases de seu novo contrato e dizia até que nem precisava mais viajar com seu empresário para as corridas. De fato, da parte dele, não há mais nada o que fazer. Agora, a decisão está nas mãos da equipe, que passa a ser controlada pela Audi ano que vem e muda de nome oficialmente, com direito a motor dos alemães, em 2026: contar com a experiência do finlandês, ou apostar em um jovem piloto - e o preferido nesse caso é o brasileiro Gabriel Bortoleto.
O atual líder do campeonato da Fórmula 2 confirmou à coluna que há negociações com a equipe e que não tem contrato assinado nem com a Audi, nem com a McLaren, que atualmente tem o seu passe, como piloto do programa de desenvolvimento. Ele também está em compasso de espera, assim como Bottas.
"Um mês atrás, era uma questão de resolver o mais rápido possível", lembrou o ex-Mercedes. "Então não [sei quanto tempo pode levar]. É uma pergunta para o Mattia [Binotto, chefe da operação da Audi na F1] responder. No momento, não há muito mais o que eu possa fazer agora, além de mostrar boas performances na pista e trabalhar duro com a equipe."
Mesmo isso é difícil para Bottas, com o único carro que ainda não pontuou na temporada e que tem tido menos atualizações que seus rivais diretos. E nem o que é colocado no carro tem funcionado tão bem quanto as novidades da Haas, por exemplo. Como conseguir convencer diante de uma situação dessa?
"Se você não tem um bom carro, é difícil mostrar o que pode fazer. E grandes empresas buscam muito por resultados. Eu tenho que confiar em Mattia. Ele sabe o que pode conseguir comigo."
Bottas confia que ser uma aposta mais confiável que um novato possa fazer a diferença em um momento de transição da equipe pela qual correu nos últimos três anos. Mas a demora de Binotto é facilmente explicada: ele assumiu o projeto há dois meses e não tomou nenhuma das decisões que levaram a Audi a estar em uma situação incômoda a menos de 18 meses da chegada como equipe de fábrica na Fórmula 1.
A gestão anterior apostou que conseguiria atrair um piloto relativamente jovem e experiente para liderar o projeto a médio prazo, colocou todas as suas fichas em Carlos Sainz, e o espanhol demorou para se decidir. Outros pilotos com perfil semelhante foram definindo seu futuro, enquanto a Audi só tinha sob contrato Nico Hulkenberg, que já tem 37 anos e não tem o mesmo brilho do espanhol, atualmente na Ferrari.
Binotto também sabe que há muito trabalho pela frente para fazer da hoje Sauber uma equipe competitiva. E aí que a presença de Bottas poderia ser valiosa por ele vir de três anos na equipe. Por outro lado, trazer um jovem faminto, que queira crescer com a equipe, também é uma opção tentadora.
Bottas contou que tem participado das conversas técnicas sobre a próxima temporada. Isso poderia ser visto como um ponto positivo para ele, mas também é verdade que o finlandês não tem outras opções: essa é a última vaga oficialmente em aberto para a próxima temporada.
"Eles têm opções, têm todo o tempo do mundo, a não ser que eu determine um prazo máximo", disse Bottas. "Daqui a pouco chega o Natal. E, quando chega o Natal, não há mais opções nem para algum outro papel na F1, nem em outros lugares."
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