TV: Carreta que matou remadores tinha um freio em condição e foi guinchada

A carreta que bateu em uma van e matou nove pessoas, envolvendo sete remadores, no último domingo (20), em Guaratuba (PR), tinha apenas um dos 10 freios funcionando direito. A informação foi divulgada pelo Fantástico.

O que aconteceu

A carreta tinha 10 sistemas de freios, um para cada roda do veículo. Destes, cinco estavam sem funcionar, quatro funcionavam de maneira parcial e apenas um estava em bom estado.

Imagens mostram que a carreta teve outros problemas antes de causar o acidente. O veículo, guiado por Nicollas de Lima Pinto, transportava carga de mais de 20 toneladas de peças automotivas de Santos até a Argentina.

A carreta ficou sem combustível na sexta-feira (18), ainda no estado de São Paulo. No sábado (19), já no Paraná, um problema na embreagem fez com que o veículo fosse rebocado. Um mecânico foi acionado e chegou a trocar a embreagem, mas não completou o serviço após a caixa de câmbio cair na cabeça de seu assistente.

A última parada antes do acidente aconteceu já no domingo (20). Um mecânico local foi chamado para completar o serviço, mas o veículo andou só 1km até dar novo problema e ser escoltado até um pedágio próximo, onde o mesmo mecânico, conhecido como Antonio "Bino" da Costa, reconectou um fio ligado ao sistema de marchas que estaria rompido.

A carreta bateu na van cerca de uma hora e meia depois. A van foi arrastada para fora da pista pelo caminhão, que tombou em cima dela na sequência. No acidente morrerem sete remadores do projeto "Remar para o Futuro", o técnico deles e o motorista da van. Apenas o motorista da carreta e um atleta de 17 anos sobreviveram.

Inquérito e responsabilizados

Nicollas de Lima, motorista da carreta, afirmou que esta era a primeira vez que ele pilotava o veículo. Segundo ele, em depoimento divulgado pelo Fantástico, era uma "teste" para ver se gostava da função.

Não consegui frear, tentei de tudo. Era a primeira viagem, um teste para ver se eu iria gostar.

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O inquérito foi instaurado pela polícia como homicídio culposo. "Pode ser uma falta de capacidade técnica do condutor ou uma falha mecânica", disse Edgar Santana, delegado de delitos de trânsito de Curitiba.

Nicollas não é o dono da carreta envolvida no acidente. O veículo pertence a Heloide Longaray, que também pode ser indiciado pelo acontecido, além de Nicollas, se ficar comprovado que ele sabia da condição da carreta e não fez as manutenções preventivas.

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