F1: Problemas com ingressos deixam fãs de fora e geram caos em Interlagos

O primeiro dia do GP de São Paulo foi de caos nos portões do Autódromo de Interlagos. O sistema de ingressos do evento apresentou problemas, e centenas de pessoas ficaram do lado de fora durante o treino livre.

O UOL conversou com fãs que estavam no local e conta os detalhes.

Contatada pela reportagem, a organização do GP de São Paulo apura os fatos. A Eventim, responsável pela venda dos ingressos, não se posicionou até a publicação deste texto. A matéria será atualizada caso a empresa se manifeste.

Filas enormes, falta de informação e confusão

A fila em frente à central de atendimento começou a se formar por volta das 9h desta sexta (1º). Pessoas que adquiriram ingressos com meia-entrada ou compraram na última janela de venda alegam ter sido orientadas a retirarem o QR code na bilheteria. Torcedores que compraram entradas para a Fanzone também disseram precisar da validação.

Eu cheguei às 7h [no autódromo]. Eles indicaram para gente ir ao portão E, depois no E, depois no G... E nós fomos ficando em todas as filas, até que finalmente a gente chegou na entrada do Fanzone. Meu ingresso só dá direito hoje. Por isso cheguei às 7h para entrar às 8h. O meu maior interesse era de acompanhar as entrevistas. Até que finalmente, quando a gente chegou lá, falaram que precisava de uma validação na bilheteria. E daí a gente entrou nessa fila, às 9h15.
Henriane Morel, ao UOL Esporte

Segundo relatos, apenas dois guichês estavam disponíveis pela manhã. Por isso, ao longo das horas, a área da frente dos portões 7 e 8 ficou abarrotada de pessoas nas calçadas. O alto fluxo de pessoas fez com que a organização disponibilizasse mais quatro guichês. Até as 13h30, cerca de 400 pessoas ainda aguardavam atendimento debaixo de quase 30ºC.

Fãs na bilheteria do GP de São Paulo após o treino livre de sexta-feira (1)
Fãs na bilheteria do GP de São Paulo após o treino livre de sexta-feira (1) Imagem: Pedro de Sousa/UOL

Por conta da aglomeração, houve muita confusão e briga na porta da bilheteria. Pessoas que conseguiram furar a fila ou entraram por meio do atendimento prefencial — sem fazer parte de nenhum dos grupos prioritários — discutiram com quem estava há mais de quatro horas em pé.

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Os ingressos de meia-entrada são enviados por QR após a confirmação dos documentos. Há quem tenha recebido o contato pelo spam, não viu há tempo e também precisou retirar na bilheteria. A fila era a mesma para todos os casos.

Compramos nosso ingresso na pré-venda, no dia 13 de novembro de 2023. Por uma falta de comunicação, nós não sabíamos a data correta de quando receberíamos o e-mail da Eventim para colocarmos a nossa comprovação de meia-entrada e recebermos o nosso PDF, com o QR code dos ingressos. Perdemos isso, porque o e-mail foi para spam e nunca recebemos nenhum outro contato. Nós somos de Belo Horizonte, estamos acordados dede às 2h, porque pegamos voo e tudo mais, mas perdemos o treino aberto.
Arthur, ao UOL Esporte

Durante conversa com 15 fãs, a reportagem contabilizou pelo menos quatro desistências . Agenor Júnior, que estava acompanhado do pai, de 75 anos, diz ter pagado mais de R$ 800 pela Fanzone, mas vai retornar à Curitiba, no Paraná, sem ver o GP.

A gente esteve na entrada da Fanzone, e nos mandaram vir aqui, sendo que eles não deram o ingresso na hora da compra. Nos disseram que a gente teria que ter vindo antes retirar o ingresso, só que nós somos de Curitiba. Meu pai é idoso, e a gente ficou mais de quatro horas na fila. Não tem fila prioritária porque está tudo desorganizado. Vou desistir e entrar com um processo para pegar meu dinheiro de volta.
Agenor Júnior, ao UOL Esporte

O UOL apurou que muitos sites falsos de venda de ingressos foram localizados pela Eventim, que é a responsável unicamente pela venda e validação de ingressos.

Ingressos sem sistema digital

Além dos problemas de organização, muitos torcedores reclamaram de não terem a disponibilização de um aplicativo ou carteira digital para os ingressos. A plataforma de vendas também não se posicionou sobre esse assunto.

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Eu comprei pela internet, mas, ao invés de liberar um QR Code através do site, qualquer coisa que seja no mundo digital que a gente tem, eles fazem a gente vir até aqui e ter que olhar pra cara de alguém que, talvez, não está nem capacitado e ficar na fila por quatro horas. E nada. Eu paguei R$ 4,2 mil por ingresso. Estou eu, minha filha e meu filho aqui. Foram mais de R$ 16 mil.
Edmilson Marcos, ao UOL Esporte

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