Hamilton incorporou Senna? Fãs revivem nostalgia com comemoração e chuva

A pista molhada, a bandeira do Brasil ao vento e o barulho do motor. As voltas de Lewis Hamilton na icônica McLaren de Ayrton Senna foram históricas por inúmeros motivos. Mas todos esses aspectos se resumem num só: nostalgia. Foi esse o sentimento em Interlagos neste domingo (3), no GP de São Paulo, na homenagem aos 30 anos da morte do brasileiro.

"Rei da Chuva"

Os fãs acreditavam que Hamilton iria acelerar a McLaren MP4/5B, apesar das condições climáticas. A chuva começou ainda na madrugada deste domingo e, por isso, Interlagos estava bastante molhada quando o britânico foi para a pista.

Aliás, esse foi um dos pontos que "acendeu" a nostalgia da torcida. Senna ficou conhecido como "Rei da Chuva", por se tornar especialista em pistas molhadas ao longo da carreira. E a fama seguiu após sua morte. As novas gerações o identificam pela mesma característica.

Eu imaginei que ele não perderia a oportunidade de acelerar, ainda mais na chuva, onde Senna era o rei. Acho que ele quis representar o Senna de todas as formas possíveis.
Laura Mallmann, 28, ao UOL

Lewis Hamilton (acima) pilota mesmo carro icônico da McLaren de Ayrton Senna (abaixo)
Lewis Hamilton (acima) pilota mesmo carro icônico da McLaren de Ayrton Senna (abaixo) Imagem: Montagem/Pedro Sousa/Getty Images

Uma viagem no tempo

O gesto de Hamilton, que estendeu suas voltas para poder segurar a bandeira do Brasil, a mesma comemoração de Senna, emocionou os compatriotas. Para a geração que viveu a década de 1990 vidrada nos GPs, a representação de Lewis foi uma viagem no tempo.

Para quem viu isso nos anos 1990, para quem viu o Senna aqui em Interlagos pilotando e ganhando corrida, realmente a sensação é indescritível. É emocionante, não tem como não ficar com um nó na garganta.
Marco Hungheria, 71, ao UOL

Além da bandeira, o barulho do motor da McLaren se misturou ao "Tema da Vitória" nas arquibancadas. Até quem não era tão fã do piloto brasileiro se rendeu e cantarolou a composição de 1986 que se tornou o hino de Senna.

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Hoje eu senti uma emoção aqui em Interlagos, depois de mais de umas 20 corridas que eu assisti, que foi inesquecível. Ver o Hamilton com aquela bandeira do Brasil, no carro do Senna foi algo impressionante. E olha que eu não era torcedor do Senna, por incrível que pareça. Eu torcia para o Nelson Piquet na época, mas foi algo impressionante. E eu vi ao vivo aqui a primeira vitória do Senna também, ele carregando aquela bandeira.
Sergio Roberto Silva, 64, ao UOL

Homenagem excelente, resultado horrível

A tarde de domingo foi totalmente diferente da manhã para Hamilton. Após a corrida, o piloto britânico deixou o box da Mercedes decepcionado com seu desempenho e o 10º lugar. Ele reclamou do carro, suspirou de cansaço, mas sorriu ao receber o carinho dos fãs brasileiros.

Assim que pisou no paddock, adultos e crianças gritaram o seu nome. Entre as frases, Lewis ouviu "eu te amo" e "manda um beijo". Ele pareceu entender bem a linguagem de carinho, que ajudou a "quebrar o gelo", mas não conseguiu esconder a frustração.

Os fãs daqui foram incríveis neste fim de semana, não vamos falar do carro, porque isso não foi bom... Não me sinto bem, obviamente. É devastador ter essas corridas ruins na segunda parte da temporada. Mas... Tudo o que eu posso dizer é que estamos tentando, estamos chegando ao fim da temporada, mas definitivamente não é aceitável, definitivamente não é bom o suficiente e temos que tomar responsabilidade, eu tenho que tomar responsabilidade. Lewis Hamilton, após terminar em 10º no GP de São Paulo

Senna vive para as novas gerações

A morte de Senna completou 30 anos, mas a lenda do automobilismo brasileiro continua reunindo fãs em todo o Brasil e no mundo. Isso é fruto de uma boa administração da imagem do piloto, mas também a manutenção da idolatria parte de um legado.

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O legado do Ayrton Senna é realmente impressionante, pois não apenas foi preservado, mas também reinventado ao longo dos anos, impactando até as gerações que não tiveram a oportunidade de vê-lo correr ao vivo. Sua história de talento e perseverança transcende o tempo e é perpetuada por iniciativas como o Instituto Ayrton Senna, que investe na educação e no desenvolvimento de jovens, além de documentários e filmes que recontam suas conquistas e valores. Hoje, mesmo 30 anos após sua morte, Senna ainda cativa fãs. Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência que atende o GP de São Paulo

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