Ginástica no Brasil vive boom, diz técnico de Rebeca: 'Tem fila de espera'

O sucesso de Rebeca Andrade, que se tornou a maior medalhista da história olímpica do Brasil, fez crescer o interesse das crianças na ginástica artística. Técnico da seleção brasileira, Francisco Porath, o Xico, celebrou o momento da modalidade e fez um apelo para que esse "boom" possa ser bem aproveitado.

As pessoas vêm até mim e dizem que os filhos querem fazer ginástica. Recebi muita gente onde tem fila de espera para as escolinhas. Meu apelo é sempre esse: empresários, governantes, gestores, clubes, não deixem essas crianças nessa fila, vamos fazer alguma coisa para que se ampliem os espaços. Pode ter uma Rebeca na fila esperando, um Zanetti, um Diego [Hypólito], uma Dani [Hypólito], uma Jade... Acho que o Brasil, hoje, quer fazer ginástica, então, esses órgãos competentes precisam atender essas crianças para que a gente não perca esse momento.
Xico

O que aconteceu

Xico esteve no Prêmio Brasil Olímpico, na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro. Ele venceu na categoria de Melhor Treinador Individual.

Francisco Porath com o Prêmio de Melhor Treinador Individual
Francisco Porath com o Prêmio de Melhor Treinador Individual Imagem: Alexandre Loureiro/COB

Rebeca Andrade e Caio Bonfim levaram como Atleta do Ano. Foi a quarta vez que a ginasta foi escolhida como a melhor atleta feminina do país.

Rebeca conquistou quatro medalhas em Paris-2024. Ela foi ouro no solo, prata no individual geral e salto e bronze por equipes.

A ginasta tem, ao todo, são seis medalhas olímpicas — com mais duas de Tóquio-2020. Ela se tornou a maior atleta olímpica do Brasil tanto em número de conquistas (Robert Schedit e Torben Grael têm cinco) como no modelo de quadro de medalhas, já que agora ela tem duas de ouro e três de prata.

O que mais Xico falou?

Balanço do ano. "O balanço é mais do ciclo. Acho que, com um ciclo curto, tivemos de fazer um planejamento de três anos, focando sempre na equipe, na classificação olímpica. Ficamos em quarto lugar em 2022, segundo lugar em 2023, e aí veio aquela pressão natural do público de como o Brasil iria nas Olimpíadas. Nos preparamos durante essas competições, e o ano de 2024, realmente, foi excelente. Conseguimos fazer um bom planejamento. Agora, é comemorar. Acho que tem esse período que é esse boom, de todo mundo comentando e falando, mas já estamos pensando em 2025, 2026, e começa em 2026 a classificação olímpica. Então, precisamos já pensar no próximo ciclo".

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Como trabalhar com geração vitoriosa e a que está chegando? "Acho que é o melhor cenário que a gente pode ter. Eu sei que as meninas são novas ainda, então podemos fazer essa mescla de competições, onde a gente utilize essas meninas mais novas com as meninas mais experientes, e também o exemplo delas. Elas lutaram tanto... Hoje, no resultado de uma equipe, todo mundo sai com medalha. Então, isso faz com que aquela menina que não é especialista em algum aparelho também se motive para ganhar uma medalha, porque pode contribuir com a equipe. [As mais novas] Verem que essa equipe conseguiu, e vão estar dentro desse planejamento, tende a motivar e melhorar muito".

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