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Bruna Alexandre protesta ao deixar seleção olímpica; CBTM alega renovação

Bruna Alexandre, do tênis de mesa, em ação nas Olimpíadas 2024 Imagem: JUNG Yeon-je / AFP

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

21/12/2024 05h30

Primeira brasileira a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a mesatenista Bruna Alexandre não vai integrar a seleção olímpica a partir da próxima temporada, e não esconde o descontentamento com a decisão da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. A saída acontece em meio a mudanças na CBTM, que alega "processo de renovação".

O que aconteceu

Bruna Alexandre esteve nas Olimpíadas e Paralimpíadas de Paris-2024. Ela atuou na disputa por equipes nas Olimpíadas, ao lado de Bruna e Giulia Takahashi.

Bruna é a maior medalhista paralímpica brasileira do tênis de mesa. Ao todo, ela tem seis aparições em pódios, com uma prata e cinco bronzes.

A atleta gostaria de seguir a caminhada nas duas frentes para Los Angeles-2028. Porém, foi informada que fará parte apenas da seleção paralímpica.

Infelizmente, e totalmente contra o que planejei para este próximo ciclo olímpico, informo que, contra o meu querer, não farei mais parte da seleção brasileira olímpica de tênis de mesa. Sigo firme, resistente e resiliente no ciclo paralímpico que se inicia Bruna Alexandre, em uma publicação em rede social

Mais adiante, Bruna Alexandre cita que teve o técnico "retirado". Em outra publicação, ela questiona os critérios utilizados pela CBTM e ressalta ter sido campeã brasileira no torneio olímpico.

"A título de esclarecimento, fui informada que apenas sou uma atleta paralímpica. Ou seja, realmente, vivi um sonho solo nestes últimos três meses. O que me resta, portanto, é seguir nas paralimpíadas, sem meu técnico particular, que recentemente também me foi retirado". "Esqueceram de dizer que fui Campeã Brasileira Olímpica três vezes", disse, em postagens.

Em nota, a CBTM explica que está implementando um "processo de renovação" no alto rendimento adulto olímpico e paralímpico. As mudanças enquadram os ciclos para 2028 e 2032.

No caso da seleção olímpica, as cinco atletas que serão selecionadas estão na faixa etária até 24 anos e são as melhores brasileiras posicionadas no ranking mundial Trecho da nota da CBTM

A entidade sinalizou que está fazendo ajustes no projeto paralímpico, mas indicou a busca por um "head coach europeu, de renome mundial". A CBTM finaliza a nota com elogios aos "feitos alcançados por Bruna Alexandre e por qualquer outro atleta que não venha a seguir como integrante das seleções olímpicas e paralímpicas a partir do próximo ano".

A CBTM passa por uma mudança de gestão. Vilmar Schindler foi eleito o novo presidente, por aclamação, em Assembleia Geral realizada no último dia 13 e vai tomar posse na primeira semana de janeiro — o mandato irá até dezembro de 2028. Ele vai substituir Alaor Azevedo.

A nova equipe técnica do Brasil para o ciclo de Los Angeles foi anunciada no último dia 17. Jean-René Mounie, por exemplo, deixou o cargo de treinador pessoal de Hugo Calderano — principal nome da modalidade atualmente — e vai assumir como Consultor Internacional. Ex-atleta da seleção, Thiago Monteiro vai ser treinador da equipe masculina. Jorge Fanck será o treinador da equipe feminina adulta.

Veja nota da CBTM

"A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) comunica que a atleta Bruna Alexandre não integrará mais a Seleção Brasileira Olímpica Adulta de Tênis de Mesa a partir de 2025.

A decisão se deve ao processo de renovação que a diretoria da entidade está implementando no alto rendimento adulto olímpico e paralímpico que abrange tanto o recrutamento de atletas quanto a contratação de profissionais da comissão técnica. O objetivo é desenvolver um trabalho de longo prazo visando os próximos dois ciclos olímpicos de 2028 e 2032.

No caso da Seleção Olímpica, as cinco atletas que serão selecionadas estão na faixa etária até 24 anos e são as melhores brasileiras posicionadas no ranking mundial.

No que se refere à Seleção Paralímpica, a CBTM ainda está ajustando o projeto que incluirá a contratação de um head coach europeu, de renome mundial, que ficará responsável pela política de treinamento e montagem de equipes visando os próximos dois ciclos paralímpicos. O anúncio ainda será feito em janeiro de 2025.

A CBTM já vem adotando a reformulação como estratégia para trazer resultados ainda mais expressivos e manter o Brasil na elite da modalidade. Tanto que o sucesso da geração mais experiente atual, da qual Bruna Alexandre faz parte, é resultado deste processo de renovação iniciado há 15 anos.

A entidade reconhece e valoriza o talento e os feitos alcançados por Bruna Alexandre e por qualquer outro atleta que não venha a seguir como integrante das seleções olímpicas e paralímpicas a partir do próximo ano. E agradece a todos pela dedicação durante todos esses anos e se coloca à disposição para apoiá-los no que for possível no prosseguimento de suas carreiras esportivas."

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