1ª cheerleader brasileira comanda expansão dos Patriots: '2º maior mercado'

Lara Magalhães rompeu fronteiras e foi a primeira cheerleader brasileira do New England Patriots. Agora, quase que em um caminho inverso, é ela quem ajuda uma das principais franquias da NFL a derrubar barreiras e aproximar a bola laranja e oval dos fãs que moram no país em que o futebol é jogado com os pés.

O Brasil já é o segundo país em termos de mercado dos Patriots. Além do brasileiro, também temos o alemão, o austríaco e o suíço, mas o Brasil, realmente, é o segundo maior Lara Magalhães

Lara conversou com o UOL em uma passagem pelo Rio de Janeiro e falou não apenas sobre a expansão da marca dos Patriots, mas também de como a liga de futebol americano tem olhado para o país. Em setembro, por exemplo, a NFL desembarcou pela primeira vez na América do Sul para um duelo entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers na Neo Química Arena, em São Paulo.

Esse jogo em São Paulo foi um marco muito grande, importante no futebol americano e no Brasil. Para o setor esportivo como um todo, englobando turismo, economia. Tivemos vários indicadores de sucesso, e isso é muito positivo

Mas, então, os fãs dos Patriots podem esperar um jogo da equipe em breve em solo brasileiro? A diretora adota cautela, mas não esconde o desejo que isso possa acontecer em breve.

"Esperamos que sim, que quando a NFL decidir que é o momento certo, possamos jogar. Eu falo muito com os meus diretores. Estou sonhando todos os dias em trazer os Patriots para o Brasil, e não significaria só um jogo. Todas as vezes que tivemos algum tipo de ativação, vieram ex-jogadores, mascote, cheerleaders... A comunidade de New England vem e, para mim, é sempre muito especial", disse.

Ela, inclusive, acredita que o jogo realizado no estádio do Corinthians pode ter reflexos a médio e longo prazo. "O Brasil é o terceiro maior consumidor de NFL do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do México. Com esse jogo de São Paulo, arrisco a dizer que isso pode mudar em breve. Neste cenário, acredito que seja importante ter uma pessoa que entende o contexto do país".

Lara Magalhães mudou-se para o Brasil para encabeçar o projeto — o marido e a filha ainda moram nos Estados Unidos, e ela faz viagens constantes. Em 2024, houve eventos em São Paulo, Salvador e Belo Horizonte, com presença de jogadores, além de uma ação em parceria com a CBF — o mascote esteve ao lado do Canarinho em um jogo da seleção em Brasília, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. As regiões Norte e Sul estão no mapa e há a ideia de que recebam eventos até o fim da temporada da NFL.

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Nomes do esporte brasileiro também posaram com peças dos Patriots, como a ginasta Rebeca Andrade, a ex-jogadora de basquete Hortência e os jogadores de futebol Léo Ortiz, do Flamengo, e Lucas Silva, do Cruzeiro.

O Patriots é líder na expansão para o Brasil. Tivemos o primeiro podcast em português, o Semana Patriots. Isso é algo que temos muito orgulho. Os nossos fãs consomem isso de uma forma extraordinária. Acho que isso fala muito sobre aquilo que temos feito para o Brasil. Lembrando que o Patriots também foi pioneiro em ter o site em português da Liga, e, agora, estamos inserindo cada vez o Brasil dentro desse dia a dia

Lara admite que, apesar dos títulos no Super Bowl em 2014, 2016 e 2018, uma figura teve papel importante, mesmo que indiretamente, no sucesso do Patriots no Brasil.

O casal Gisele Bündchen e Tom Brady influenciou um pouco. Acho que foi uma junção dos melhores anos dos Patriots e também o casamento deles. Quando falávamos para os diretores que o Tom Brady, no Brasil, era conhecido como 'Giselo', eles não entendiam (risos). E somou-se a isso os bons resultados. O brasileiro costuma gostar dos times que são campeões

O que mais ela falou?

O flag football, modalidade "prima" do futebol americano, vai estar nas Olimpíadas de Los Angeles. Como vocês veem esse movimento? "Para os Patriots, é muito importante o desenvolvimento do flag, não só no Brasil. É uma modalidade que temos planos e temos conversado com a Confederação Brasileira de Futebol Americano, que cuida da modalidade, para que possamos entender como podemos colaborar. Nos Estados Unidos, levamos escolas da região para terem uma partida de flag durante o intervalo de um de nossos jogos. Então isso é muito legal porque isso traz um conhecimento para as pessoas."

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Como se tornou cheerleader do Patriots. "A minha história com os Patriots começa aos meus 15 anos de idade, quando eu aprendi sobre o cheerleading. Estudava nos Estados Unidos, e a técnica que me tirou do vôlei era fanática pelos Patriots. Como os meus pais trabalhavam muito, eu ficava muito tempo com ela. Com 19 anos, eu volto para o Brasil e crio a primeira associação de cheerleading do Brasil, que foi a Associação Mineira de Cheerleading, e chamou a atenção do Cruzeiro."

No Cruzeiro, começo a seguir carreira profissional de cheerleader, em 2017. Enviei um e-mail para os Patriots para entender justamente onde poderíamos melhorar. Então, uma diretora dos Patriots me fez um convite para a seletiva. No primeiro ano, não passei. No segundo ano, veio pandemia e, no terceiro, consegui. Continuei estudando estratégicas de negócios e sou pós-graduada em gestão esportiva, com mestrado em estudos olímpicos. Acredito que isso tenha sido um dos grandes fatores para que hoje eu gerencie a nossa expansão no Brasil."

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