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Beckenbauer diz que foi 'até o limite', mas nega corrupção na Copa-2006

Franz Beckenbauer se defendeu das acusações sobre corrupção na Copa-2006 - Christof Koepsel/Getty Images
Franz Beckenbauer se defendeu das acusações sobre corrupção na Copa-2006 Imagem: Christof Koepsel/Getty Images

24/11/2015 15h16

Berlim, 24 Nov 2015 (AFP) - Negando qualquer indício de corrupção, Franz Beckenbauer reconheceu que o Comitê de Candidatura presidido por ele foi "até o limite" de suas possibilidades para vencer a disputa da sede do Mundial-2006 a favor da Alemanha, na primeira entrevista à tv desde desde as revelações publicadas pela revista Der Spiegel.

Ao ser perguntado se limites haviam sido ultrapassados durante a campanha, o ex-jogador da seleção alemã respondeu: "Quais limites? Não havia uma comissão de ética, podíamos nos comunicar diretamente com os membros do Comitê Executivo da Fifa. Sempre íamos ao limite. Eram outros tempos", em entrevista à emissora SKY, da qual é um dos comentaristas emblemáticos.

Em relação ao polêmico pagamento de 6,7 milhões de euros à Fifa, o ícone do futebol alemão afirmou que o valor serviu apenas "para obter o financiamento de 250 milhões de euros" com a entidade que rege o futebol internacional.

Beckenbauer falou também do contrato assinado em 2 de julho de 2000, quatro dias antes da atribuição da sede da Copa do Mundo-2006, por ele e por Jack Warner, ex-vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf, banido da Fifa por corrupção, afirmando que "não há documento entre Warner e Beckenbauer, há sim um acordo entre a Federação Alemã e a Concacaf".

"A única coisa que me preocupa é a data de 2 de julho. Isso leva a pensar que está ligado à corrupção", admitiu. "Se tivesse havido um 'Caixa Dois' ou uma tentativa de corrupção, eu teria me dado conta", completou.

Em entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung, Beckenbauer garantiu ter assinado o contrato às cegas.

"Quando confio em alguém, eu assino sem olhar", continuou o ex-jogador, usando como exemplo seus 15 anos como presidente do Bayern de Munique.

"Estou tranquilo", concluiu Beckenbauer, que será ouvido na terça-feira pela comissão de investigação externa da Federação Alemã.