Topo

Objeto olímpico: o spray dos árbitros do futebol

20/08/2016 10h10

Rio de Janeiro, 20 Ago 2016 (AFP) - Uma barreira que se preze precisa de um spray, está é a característica introduzida pelos árbitros de futebol no momento de marcar as distâncias no campo para a batida de cobranças com um spray, inspirado na espuma de barbear e inventado por um brasileiro chamado Heine Allemagne.

Em 2014, o objeto se tornou uma verdadeira estrela durante a Copa do Mundo de futebol no Brasil. Cada árbrito tinha o seu spray para marcar a localização exata da bola e da barreira adversária para a cobrança de falta, a 9,15 metros de distância.

Esta espuma branca desaparece após algumas dezenas de segundos, sem deixar vestígios. Ela é composta, essencialmente, de água e outros elementos, tais como o gás butano ou um derivado de óleo vegetal.

O spray vem da América do Sul. Duas pessoas reivindicam a invenção, o brasileiro de Minas Gerais Heine Allemagne e o argentino Pablo Silva durante a década de 2000, e, por fim, acabaram se aliando na empresa 9.15 Fairplay.

A espuma foi utilizada pela primeira vez no futebol de alto nível durante a Copa América de 2011 disputada na Argentina, antes de ser autorizada no ano seguinte pelo International Board, o órgão que regulamenta as regras do jogo.

A Fifa testou o spray durante as suas próprias competições em 2013, no Mundial Sub-20, e depois, no mesmo ano, no Mundial de Clubes em novembro.

E a espuma tem feito sucesso, segundo Massimo Busacca, chefe dos árbitros da FIFA que afirma depois destes dois torneios, em novembro de 2013: "este spray tem um efeito dissuasivo evidente. A distância regulamentar é respeitada a cada cobrança. Assim, nenhum cartão amarelo precisou ser distribuído nos dois torneios onde foi utilizado".

"O projeto com a Fifa só foi possível através da fusão dos dois países, Brasil e Argentina, que pela primeira vez na história jogaram no mesmo time", observa maliciosamente a empresa em um comunicado, brincando com a tradicional rivalidade entre as duas nações no futebol.

Outras empresas passaram a produzir a espuma para fornecer aos campeonatos nacionais.

A marcação traçada pela espuma evita as discussões e reduz a distribuição de cartões amarelos.

Isso não impediu o zagueiro brasileiro do PSG David Luiz de retirar com a mão a espuma que parecia interferir na sua batida, em fevereiro de 2015, numa partida contra o Chelsea válida pela Liga dos Campeões, quando o árbitro deu as costas.