Copa Africana de Nações, vitrine para jogadores desconhecidos
Libreville, 18 Jan 2017 (AFP) - A Copa Africana de Nações (CAN) se tornou uma importante vitrine para jogadores de clubes pequenos, depois de estrelas de grandes equipes recusarem participar da competição, devido a inconvenientes no calendário.
Enquanto renomados jogadores de Camarões preferiram ficar na Europa para não comprometerem o futuro em seus clubes, outros jogadores de seleções menores esperam sair do anonimato ou relançar suas carreiras. O torneio de 2017 é disputado no Gabão, de 14 de janeiro a 5 de fevereiro.
"É bom disputar esse campeonato. É assim que chegam as propostas e os contratos", disse o técnico de Togo, Didier Six, ao jogador Dové Womé, antes da CAN-2013. Desde então, o meia leva uma carreira digna na África do Sul.
Os modestos jogadores de Guiné-Bissau prepararam os currículos para 'distribuir' aos apaixonados pelo futebol nesta quarta-feira, contra Camarões.
"Temos jogadores muito jovens, a maior parte deles joga em times pequenos de Portugal", falou Leocisio Sami, atacante guineense que começou no Porto e que joga atualmente no Akhisar, da Turquia.
Sami é uma exceção, já que a maioria de seus companheiros se forma em clubes menores, como o Belenense ou o Rio Ave.
"Muitos times vão contratar nossos jogadores", aposta o técnico Baciro Candé.
"Existe uma grande demanda por relatórios sobre os jogadores", confirma Frédéric Mendy, que jogou na estreia contra Gabão.
- Além do dinheiro - "As pessoas vem perguntar de onde somos e em que posição jogamos", explica Mendy. O atacante de 28 anos cruzou com olheiros que o levaram para jogar em Singapura, em Portugal e agora na Coreia do Sul.
"Quando falo de Guiné-Bissau me perguntam aonde fica. É um belo país para visitar, espero que a CAN dê um pouco de visibilidade", admitiu à revista So Foot, em setembro.
Estes jogadores podem ter a sorte de serem treinados por técnicos que comandaram vários países. É o caso do francês Claude Le Roy, atualmente à frente de Togo e com experiência em mais de 10 países.
O sérvio Milutin Sredojevic, treinador de Uganda, tem ambições para os atletas do país: "Queremos que nossos atletas joguem na Europa, achamos que eles tem talento e capacidade para isso", disse à AFP.
"Mas é importante garantir que um jogador de Uganda não vá atrás somente do dinheiro. É bom que priorizem aspectos futebolísticos, que escolham um clube onde possam se desenvolver", advertiu o sérvio, que tem experiência em seleções africanas.
"Dessa forma, vão se tornar melhores jogadores e o dinheiro vem naturalmente". Caso contrário, os atletas correm risco de ampliar o cemitério de jogadores africanos com sonhos perdidos.
but-st/ps/mcd/fa/am
Enquanto renomados jogadores de Camarões preferiram ficar na Europa para não comprometerem o futuro em seus clubes, outros jogadores de seleções menores esperam sair do anonimato ou relançar suas carreiras. O torneio de 2017 é disputado no Gabão, de 14 de janeiro a 5 de fevereiro.
"É bom disputar esse campeonato. É assim que chegam as propostas e os contratos", disse o técnico de Togo, Didier Six, ao jogador Dové Womé, antes da CAN-2013. Desde então, o meia leva uma carreira digna na África do Sul.
Os modestos jogadores de Guiné-Bissau prepararam os currículos para 'distribuir' aos apaixonados pelo futebol nesta quarta-feira, contra Camarões.
"Temos jogadores muito jovens, a maior parte deles joga em times pequenos de Portugal", falou Leocisio Sami, atacante guineense que começou no Porto e que joga atualmente no Akhisar, da Turquia.
Sami é uma exceção, já que a maioria de seus companheiros se forma em clubes menores, como o Belenense ou o Rio Ave.
"Muitos times vão contratar nossos jogadores", aposta o técnico Baciro Candé.
"Existe uma grande demanda por relatórios sobre os jogadores", confirma Frédéric Mendy, que jogou na estreia contra Gabão.
- Além do dinheiro - "As pessoas vem perguntar de onde somos e em que posição jogamos", explica Mendy. O atacante de 28 anos cruzou com olheiros que o levaram para jogar em Singapura, em Portugal e agora na Coreia do Sul.
"Quando falo de Guiné-Bissau me perguntam aonde fica. É um belo país para visitar, espero que a CAN dê um pouco de visibilidade", admitiu à revista So Foot, em setembro.
Estes jogadores podem ter a sorte de serem treinados por técnicos que comandaram vários países. É o caso do francês Claude Le Roy, atualmente à frente de Togo e com experiência em mais de 10 países.
O sérvio Milutin Sredojevic, treinador de Uganda, tem ambições para os atletas do país: "Queremos que nossos atletas joguem na Europa, achamos que eles tem talento e capacidade para isso", disse à AFP.
"Mas é importante garantir que um jogador de Uganda não vá atrás somente do dinheiro. É bom que priorizem aspectos futebolísticos, que escolham um clube onde possam se desenvolver", advertiu o sérvio, que tem experiência em seleções africanas.
"Dessa forma, vão se tornar melhores jogadores e o dinheiro vem naturalmente". Caso contrário, os atletas correm risco de ampliar o cemitério de jogadores africanos com sonhos perdidos.
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