Topo

Carey, novo chefe da F1, chama Ecclestone de ditador

24/01/2017 17h34

Londres, 24 Jan 2017 (AFP) - O novo chefe da Fórmula 1, Chase Carey, declarou, nesta terça-feira, que a F1 precisa de um novo início e acusou o antigo presidente executivo da categoria, Bernie Ecclestone, de comandar a maior competição de automobilismo do mundo como um ditador.

"É um grande esporte, mas claro que precisa de melhorias. Até certo ponto, precisamos de um novo ponto de partida. O que queremos é um novo olhar. Não temos outra ambição além de fazer um esporte fantástico para o torcedores", disse Carey em entrevista para a BBC.

Bernie Ecclestone, histórico diretor da F1, foi substituído depois da compra da empresa que gerencia a categoria, pelo grupo americano Liberty Media.

"Vai ser difícil para Bernie. Ele dirigiu esse esporte durante grande parte de sua vida adulta", acrescentou Carey.

"Ele mesmo falou que ele era um ditador. Dirigiu o esporte como um ditador durante muito tempo. Este esporte precisa de um novo ponto de vista, mas Ecclestone ainda pode acrescentar muito à F1", continuou o americano.

A Liberty Media comprou a F1 do fundo de investimentos CVC Capital Partner, que controlava a categoria há mais de 10 anos.

Para frear a queda da competição nos últimos anos, a Liberty media quer aumentar o número de corridas, especialmente nos Estados Unidos. 20 Grandes Prêmios estão programados para esse ano, sendo apenas um em solo norte-americano, no Texas, em outubro.

"Bernie é um time sozinho. E isso não é uma organização eficiente para desenvolver novas oportunidades em outros setores no mundo de hoje", opinou Carey.

"Do ponto de vista esportivo, as decisões tomadas não eram tão eficazes como deveriam ser", concluiu o novo diretor.

Corridas como espetáculoEm outras entrevistas, Carey esclareceu o papel do novo diretor executivo da F1, Ross Brown, engenheiro e ex-diretor da escuderia Ferrari, no início dos anos 2000.

"É ele quem vai dirigir a nossa estratégia e quem vai colocar em prática o que temos que fazer em termos de mercado e negócio", falou Carey.

Depois, o próprio Brown explicou à rádio BBC que o primeiro objetivo vai ser a simplicidade. "Assisti à F1 como espectador nos últimos anos e em alguns momentos não ficava claro o que estava acontecendo durante a corrida", explicou.

"Acho que o que os espectadores desejam é a competição e isso não aconteceu muito nos últimos anos", acrescentou, fazendo referência ao domínio da Mercedes nas últimas três temporadas.

"Queremos que a corrida seja um grande espetáculo. Se você vem passar o fim de semana para ver um GP, você precisa se divertir do início ao fim", concluiu.

mam/pm/fa/am/fa/mvv

LIBERTY MEDIA