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Presidente do COI pede paciência e defende legado dos Jogos Rio-2016

O alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional - Steve Welsh/Getty Images
O alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional Imagem: Steve Welsh/Getty Images

Da AFP, em Punta del Este (Uruguai)

25/04/2017 15h32

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, defendeu nesta terça-feira (25) o legado dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, após as críticas recebidas pelo abandono e deterioração de várias de suas instalações.

"Acredito que todos acreditamos que estes Jogos foram um grande sucesso, sob circunstâncias muito difíceis num tempo muito complicado para o Brasil e para o Rio de Janeiro. É importante lembrar que foram os Jogos de maior audiência da história", defendeu o presidente do COI, durante Assembleia-Geral Ordinária da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa).

A polêmica recaiu sobre o Rio nos últimos meses, com paisagens desoladoras: materiais de construção abandonados, assentos empilhados e bueiros destampados. Sem contar a piscina de aquecimento, na qual há alguns meses Michael Phelps se preparava para reescrever a história olímpica, que hoje se tornou um criador de mosquitos.

"Hoje há um grande debate sobre o legado deste Jogos. Você pode sentir o legado só estando lá, vendo o transporte, as infraestruturas", continuou Bach.

"Existem relatórios de que nem tudo está sendo usado completamente. Quero apelar a todos que estão fazendo esses julgamentos para que comparem com experiências prévias, para colocar em perspectiva a realidade. E a realidade é que em Londres-2012, por exemplo, o Parque Olímpico ficou fechado por um ano e outros centros por dois a três anos, porque você precisa de tempo para adaptar as instalações olímpicas a um novo uso", explicou.

Back chegou a Punta del Este, no Uruguai, no fim de semana e viajará na quarta-feira a Buenos Aires para supervisionar os avanços na organização dos Jogos da Juventude, os primeiros fora da Ásia, que serão realizados em 2018.

O Brasil vive atualmente uma histórica crise econômica e social que sacode todas as esferas de sua vida diária.

"É preciso colocar em perspectiva a situação do país. A crise no Brasil é ainda mais profunda do que há algumas semanas. Por isso, não é fácil que isso (o legado) seja prioridade quando a crise é tão profunda. Visto por esta perspectiva, temos confiança que o Rio está melhor depois dos Jogos e vai seguir se desenvolvendo nos próximos meses e anos", concluiu Bach.

A Odepa realizada nesta terça e quarta-feira uma assembleia para eleger seu novo presidente, em substituição ao uruguaio Julio César Maglione, que exerceu o cargo de forma interina nos últimos dois anos.