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Infantino confirma uso do assistente de vídeo na Copa do Mundo-2018

Michael Buholzer/AFP
Imagem: Michael Buholzer/AFP

26/04/2017 17h28

Santiago, 26 Abr 2017 (AFP) - O presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, confirmou nesta quarta-feira que a Copa do Mundo da Rússia-2018 utilizará o assistente de vídeo (VAR) para corrigir erros graves, após a realização de testes com "resultados muito positivos".

"Na Copa do Mundo de 2018 vamos ter o assistente de vídeo, porque até agora os resultados são muto positivos", afirmou Infantino durante seu discurso na abertura do 67º Congresso da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), nesta quarta em Santiago, no Chile.

A entidade que rege o futebol no mundo pretende implementar o uso da tecnologia no futebol para definir jogadas duvidosas que sejam determinantes no desenvolvimento do jogo, como em gols polêmicos, pênaltis mal marcados e expulsões errôneas.

"Não é possível que em 2017 todo mundo no estádio ou em casa vê em alguns segundos se o árbitro cometeu um erro e o único que não pode ver é o árbitro", completou o mandatário da Fifa.

A tecnologia VAR foi testada no último Mundial de Clubes disputado no Japão, em dezembro do ano passado.

- Tempos complicados -O Congresso da Conmebol, que reuniu os presidentes das federações sul-americanas, iniciou com extenso relatório da gestão 2016, a primeira do atual presidente Alejandro Domínguez.

Um representante da região foi eleito para ter relações com a Fifa e foi apresentado um balanço da administração, com a presença de dirigentes da Europa e da Ásia. É o primeiro indício da gestão transparente que busca a nova direção da Conmebol.

Também foi apresentada a auditoria pedida por Domínguez, sobre o fluxo econômico entre 2011 e 2015, durante as gestões de Nicolás Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Ángel Napout. Os três ex-dirigentes foram detidos por estarem relacionados a um escândalo de corrupção.

"Foram tempos complicados, muito difíceis, mas passou. Agora temos que nos concentrar no futuro. Temos que mostrar que somos transparentes e que estamos abertos", falou Infantino.

A investigação se tornou pública quase dois anos depois da justiça dos Estados Unidos revelar um esquema de corrupção no gabinete máximo da Fifa. Os dirigentes querem passar a página o quanto antes.

A apuração do caso tem 236 páginas e descreve 92 delitos, em 15 esquemas de corrupção, durante 24 anos de gestão da entidade. Empresários de marketing esportivo também estão envolvidos.

A Conmebol analisa aumentar para 16 seleções participantes a Copa América a partir da próxima edição, que deverá ser organizada no Brasil em 2019. Os dirigentes sul-americanos também analisam a possibilidade da reagendar a Copa América para 2020, com o objetivo que alinhá-la no calendário com a Eurocopa.

- Nova Conmebol-"É preciso felicitar essa nova Conmebol, por ter o novo espírito e essa nova forma de trabalhar", afirmou Infantino à alta cúpula dos dirigentes das confederações dos cinco continentes. Domínguez, eleito em janeiro de 2016, convidou os representantes prometendo dar transparência para a instituição.

Desde a eleição, Domínguez realizou uma série de investigações, com as quais busca passar a limpo a organização. O atual mandatário quer que a justiça chegue aos mais de 20 dirigentes envolvidos nos casos de corrupção e apresentar uma nova face da instituição.

Em setembro do ano passado, em Congresso realiazo em Lime, a direção da Conmebol liderada por Domínguez, decidiu modificar o estatuto para limitar os períodos nos cargos, além de novas normas para assinar contratos.

Ainda assim, a Conmebol foi à justiça americana para encerrar a relação contratual com a International Soccer Marketing Inc (ISM), que comercializa de maneira exclusiva os direitos de patrocínio da Copa Libertadores da América e que está envolvida e casos de corrupção.

A política de transparência de Domínguez rendeu frutos à Conmebol no fim do ano passado, quando a Fifa decidiu descongelar os fundos de desenvolvimento retidos depois do escândalo.