Árbitros voltam à escola para se familiarizarem com vídeo
Coverciano, Itália, 18 Mai 2017 (AFP) - Falta? Simulação? Pênalti? Cartão vermelho? É preciso recorrer ao vídeo? Em Coverciano, Centro de Treinamento da seleção italiana, 60 dos melhores árbitros do mundo trabalham com a vídeo-arbitragem, que será usada a partir deste sábado no Mundial sub-20 da Coreia do Sul.
Nas instalações da Federação Italiano de Futebol (FIGC), os melhores árbitros do mundo se reuniram em final de abril para seguir se familiarizando com o sistema de vídeo que promete solucionar os polêmicos e tão corriqueiros erros de arbitragem.
"Fazemos um dia no campo e outro na tenda -à beira do campo de jogo-. Também fazemos testes atléticos e teóricos. Estamos investindo a fundo nisso e posso garantir que não tivemos tempo de visitar Florença", explicou à AFP o árbitro francês Clément Turpin, presente durante as sessões de aprendizagem no CT da Itália, na Toscana, e que também irá à Coreia do Sul como "assistente de vídeo".
Nos últimos meses, a Fifa acelerou consideravelmente o ritmo dos testes do Assistente de Vídeo para Arbitragem (VAR na sigla em inglês), que como garante o presidente da entidade, Gianni Infantino, será utilizado na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
Para Pierluigi Collina, presidente da comissão de árbitros da Fifa, e Massimo Busacca, chefe do departamento de arbitragem, é precisar formar os árbitros para que estejam prontos, não só a nível tecnológico, para usar o novo sistema.
"Quanto melhores forem os árbitros e melhor preparados, mais poderão dizer 'obrigado tecnologia, mas não preciso de você'", afirmou Bussaca.
Já Collina lembra que "o objetivo é manter o ritmo e fluidez" do jogo. "Mínimas interferências, resultados máximos", promete o ex-árbitro italiano.
- "Como um iPad" -Melhorar a comunicação entre o árbitro principal e o VAR era o grande objetivo deste seminário organizado em Coverciano: saber quando interromper o jogo e quando deixar seguir uma jogada para perder o menos tempo possível.
"Você mexe a câmera, faz um zoom com os dedos, é como um iPad", explica um dos técnicos a um dos árbitros encarregados de supervisionar uma ação conflitiva numa das telas de controle.
Dito assim parece fácil, mas na prática não é. No momento de analisar um lance, o russo Serguei Karasev se confunde de tela e assiste à transmissão ao vivo, ao invés de prestar atenção no monitor que transmite o replay.
Para Turpin, o mais importante é a comunicação com os técnicos encarregados do equipamento. "São eles os especialistas, que conhecem os ângulos, as câmeras. Prefiro tocar o menos possível para não perder tempo".
Mais ou menos rápidos na tomada de decisões, mais ou menos cômodos com o uso da tecnologia, os árbitros desfilam sob a tenda, enquanto no campo de jogo Bussaca e jogadores das categorias de base da Fiorentina tratam de dificultar a vida dos árbitros principais com ações 'no limite': saída do goleiro nos pés do atacante, carrinhos dentro da área, bola não mão de maneira involuntária ou deliberada.
"Correto, correto. Sim, decisão correta, não aconteceu nada"; "Pênalti, amarelo para o goleiro". "Já comprovamos. Espera! Espera!". A comunicação na hora do uso do VAR precisa ser breve e clara. Ainda não é o caso.
- Um amigo -Busacca se aproxima da tenda. "Hey! Quanto tempo precisam para marcar um pênalti? Uma hora? Assim não rapazes, quero vocês mais concentrados".
O árbitro principal também se vê pressionado. "É pênalti ou não? Você que decide, não eu. Vermelho? Isso não é cartão vermelho não, nunca", analisa Busacca, convertido numa espécie de professor que distribui comentários entre os alunos.
"Bem visto, Sato (para o árbitro japonês Ryuji Sato), excelente. Pênalti, claro. Nem precisa da tecnologia. É a opinião certa. Se você é bom não precisa do VAR".
Publicamente, a tecnologia causa unanimidade de opiniões e todos os árbitros a elogiam. "Para nós é uma grande amigo. Não estamos mais sozinho em campo", garante o holandês Bjorn Kuipers.
No fim, quando há discussão, a tecnologia sempre tem razão. É o que acontece quando um dos jovens jogadores da Fiorentina reclama de pênalti por mão na bola. "Três árbitros dizem que não, amigo. Um aqui e dois na tenda. Então não foi mão", responde Bussaca.
Nas instalações da Federação Italiano de Futebol (FIGC), os melhores árbitros do mundo se reuniram em final de abril para seguir se familiarizando com o sistema de vídeo que promete solucionar os polêmicos e tão corriqueiros erros de arbitragem.
"Fazemos um dia no campo e outro na tenda -à beira do campo de jogo-. Também fazemos testes atléticos e teóricos. Estamos investindo a fundo nisso e posso garantir que não tivemos tempo de visitar Florença", explicou à AFP o árbitro francês Clément Turpin, presente durante as sessões de aprendizagem no CT da Itália, na Toscana, e que também irá à Coreia do Sul como "assistente de vídeo".
Nos últimos meses, a Fifa acelerou consideravelmente o ritmo dos testes do Assistente de Vídeo para Arbitragem (VAR na sigla em inglês), que como garante o presidente da entidade, Gianni Infantino, será utilizado na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
Para Pierluigi Collina, presidente da comissão de árbitros da Fifa, e Massimo Busacca, chefe do departamento de arbitragem, é precisar formar os árbitros para que estejam prontos, não só a nível tecnológico, para usar o novo sistema.
"Quanto melhores forem os árbitros e melhor preparados, mais poderão dizer 'obrigado tecnologia, mas não preciso de você'", afirmou Bussaca.
Já Collina lembra que "o objetivo é manter o ritmo e fluidez" do jogo. "Mínimas interferências, resultados máximos", promete o ex-árbitro italiano.
- "Como um iPad" -Melhorar a comunicação entre o árbitro principal e o VAR era o grande objetivo deste seminário organizado em Coverciano: saber quando interromper o jogo e quando deixar seguir uma jogada para perder o menos tempo possível.
"Você mexe a câmera, faz um zoom com os dedos, é como um iPad", explica um dos técnicos a um dos árbitros encarregados de supervisionar uma ação conflitiva numa das telas de controle.
Dito assim parece fácil, mas na prática não é. No momento de analisar um lance, o russo Serguei Karasev se confunde de tela e assiste à transmissão ao vivo, ao invés de prestar atenção no monitor que transmite o replay.
Para Turpin, o mais importante é a comunicação com os técnicos encarregados do equipamento. "São eles os especialistas, que conhecem os ângulos, as câmeras. Prefiro tocar o menos possível para não perder tempo".
Mais ou menos rápidos na tomada de decisões, mais ou menos cômodos com o uso da tecnologia, os árbitros desfilam sob a tenda, enquanto no campo de jogo Bussaca e jogadores das categorias de base da Fiorentina tratam de dificultar a vida dos árbitros principais com ações 'no limite': saída do goleiro nos pés do atacante, carrinhos dentro da área, bola não mão de maneira involuntária ou deliberada.
"Correto, correto. Sim, decisão correta, não aconteceu nada"; "Pênalti, amarelo para o goleiro". "Já comprovamos. Espera! Espera!". A comunicação na hora do uso do VAR precisa ser breve e clara. Ainda não é o caso.
- Um amigo -Busacca se aproxima da tenda. "Hey! Quanto tempo precisam para marcar um pênalti? Uma hora? Assim não rapazes, quero vocês mais concentrados".
O árbitro principal também se vê pressionado. "É pênalti ou não? Você que decide, não eu. Vermelho? Isso não é cartão vermelho não, nunca", analisa Busacca, convertido numa espécie de professor que distribui comentários entre os alunos.
"Bem visto, Sato (para o árbitro japonês Ryuji Sato), excelente. Pênalti, claro. Nem precisa da tecnologia. É a opinião certa. Se você é bom não precisa do VAR".
Publicamente, a tecnologia causa unanimidade de opiniões e todos os árbitros a elogiam. "Para nós é uma grande amigo. Não estamos mais sozinho em campo", garante o holandês Bjorn Kuipers.
No fim, quando há discussão, a tecnologia sempre tem razão. É o que acontece quando um dos jovens jogadores da Fiorentina reclama de pênalti por mão na bola. "Três árbitros dizem que não, amigo. Um aqui e dois na tenda. Então não foi mão", responde Bussaca.
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