Larry Nassar, assediador escondido por trás de médico milagroso
Lansing, Estados Unidos, 24 Jan 2018 (AFP) - Larry Nassar, ex-médico da equipe de ginástica dos Estados Unidos, conseguiu durante décadas manipular atletas, familiares e treinadores para agredir sexualmente a menores de idade, escondendo-se atrás da reputação de "milagreiro".
Aos 54 anos, Nassar foi condenado nesta quarta-feira pelo tribunal de Lansing a uma pena de 40 a 175 anos de prisão. Esta sentença se soma a outra de 60 anos, por posse de pornografia infantil.
Durante uma semana, os depoimentos escritos e orais de aproximadamente 160 vítimas mostraram a face de um agressor sexual e manipulador, que se escondia atrás da imagem de um osteopata respeitado pelas atletas.
Casado e pai de três filhos, Larry Nassar chegou ao time médico da USA Gymnastics (USAG) em 1986, antes de se tornar cordenador entre 1996 e 2015.
Ao mesmo tempo, Nassar trabalhou como médico na Universidade de Michigan (MSU) entre 1997 e 2016, também praticando agressões sexuais. A MSU foi acusada de ter arquivado as denúncias de suas jovens vítimas sem dar seguimento.
Nassar também dava conselhos em seu próprio site, em DVDs educativos e no YouTube.
Durante a carreira na USAG, abusou de mais de 100 atletas, a maioria delas menores. Mas para a federação, seus métodos operavam milagres ajudando as ginastas a colecionarem medalhas de ouro.
Para as atletas, Larry Nassar se beneficiava do entorno particular que permeia a ginástica de alto nível. As queixas ou indicações de dor colocavam em risco o sonho olímpico.
"Ele tinha o costume de colocar seus dedos dentro de mim", confessou à CBS Jamie Dantzscher, que afirmou ter sido abusada dos 13 aos 18 anos.
- "Exército de mulheres" -"Me dizia que eu ia sentir um estalo e que isso colocaria meu quadril no lugar, aliviando minhas dores nas costas. Era como um amigo. Os treinadores eram horríveis, ele era simpático", contou a ginasta medalhista nas Olimpíadas de Sidney-2000.
Na época do escândalo do produtor Harvey Weinstein, o processo deu voz a dezenas de vítimas. Elas relataram depoimentos de como o médico havia "roubado suas inocências" ou "destruído suas vidas".
Nassar "se aproveitou de nossas paixões e de nossos sonhos" lançou Aly Raisman, campeã olímpica em Londres-2012 e Rio-2016.
"Me manipulou para que eu acreditasse que você era querido e que me ajudava, enquanto me assediava sexualmente uma vez, depois outra, depois outra, com seu retorcido desejo sexual", lembrou Jamie Dantzscher.
"Você criou um exército. Somos 150 mulheres fortes. E este exército não vai desaparecer", afirmou na quarta-feira Sterling Riethman, de 25 anos, no último dia do julgamento.
Três anos antes do escândalo surgir, Larry Nassar deu entrevista com sua visão sobre o tratamento aos atletas.
"Protegemos nossos atletas, não só fisicamente mas também mentalmente", garantiu. "Eles precisam saber que você acredita neles, sentir isso", acrescentou.
O médico era "muito respeitado" e valorizado como um "gênio", contou à AFP Jessica O'Beirne, que fez a entrevista em dezembro de 2013 para o podcast GymCastic.
"É muito importante que isso sirva como exemplo sobre a maneira como os abusadores funcionam", indicou.
Aos 54 anos, Nassar foi condenado nesta quarta-feira pelo tribunal de Lansing a uma pena de 40 a 175 anos de prisão. Esta sentença se soma a outra de 60 anos, por posse de pornografia infantil.
Durante uma semana, os depoimentos escritos e orais de aproximadamente 160 vítimas mostraram a face de um agressor sexual e manipulador, que se escondia atrás da imagem de um osteopata respeitado pelas atletas.
Casado e pai de três filhos, Larry Nassar chegou ao time médico da USA Gymnastics (USAG) em 1986, antes de se tornar cordenador entre 1996 e 2015.
Ao mesmo tempo, Nassar trabalhou como médico na Universidade de Michigan (MSU) entre 1997 e 2016, também praticando agressões sexuais. A MSU foi acusada de ter arquivado as denúncias de suas jovens vítimas sem dar seguimento.
Nassar também dava conselhos em seu próprio site, em DVDs educativos e no YouTube.
Durante a carreira na USAG, abusou de mais de 100 atletas, a maioria delas menores. Mas para a federação, seus métodos operavam milagres ajudando as ginastas a colecionarem medalhas de ouro.
Para as atletas, Larry Nassar se beneficiava do entorno particular que permeia a ginástica de alto nível. As queixas ou indicações de dor colocavam em risco o sonho olímpico.
"Ele tinha o costume de colocar seus dedos dentro de mim", confessou à CBS Jamie Dantzscher, que afirmou ter sido abusada dos 13 aos 18 anos.
- "Exército de mulheres" -"Me dizia que eu ia sentir um estalo e que isso colocaria meu quadril no lugar, aliviando minhas dores nas costas. Era como um amigo. Os treinadores eram horríveis, ele era simpático", contou a ginasta medalhista nas Olimpíadas de Sidney-2000.
Na época do escândalo do produtor Harvey Weinstein, o processo deu voz a dezenas de vítimas. Elas relataram depoimentos de como o médico havia "roubado suas inocências" ou "destruído suas vidas".
Nassar "se aproveitou de nossas paixões e de nossos sonhos" lançou Aly Raisman, campeã olímpica em Londres-2012 e Rio-2016.
"Me manipulou para que eu acreditasse que você era querido e que me ajudava, enquanto me assediava sexualmente uma vez, depois outra, depois outra, com seu retorcido desejo sexual", lembrou Jamie Dantzscher.
"Você criou um exército. Somos 150 mulheres fortes. E este exército não vai desaparecer", afirmou na quarta-feira Sterling Riethman, de 25 anos, no último dia do julgamento.
Três anos antes do escândalo surgir, Larry Nassar deu entrevista com sua visão sobre o tratamento aos atletas.
"Protegemos nossos atletas, não só fisicamente mas também mentalmente", garantiu. "Eles precisam saber que você acredita neles, sentir isso", acrescentou.
O médico era "muito respeitado" e valorizado como um "gênio", contou à AFP Jessica O'Beirne, que fez a entrevista em dezembro de 2013 para o podcast GymCastic.
"É muito importante que isso sirva como exemplo sobre a maneira como os abusadores funcionam", indicou.
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