Chefe da ginástica americana renuncia após casos de abusos
A presidente executiva da ginástica dos Estados Unidos, Kerry Perry, renunciou nesta terça-feira depois de só nove meses no cargo, no que se torna outro golpe para a USA Gymnastics, a polêmica entidade esportiva que tenta se recuperar do escândalo de abusos sexuais protagonizados pelo ex-médico Larry Nassar.
"A presidente e diretora-geral da USA Gymnastics, Kerry Perry, informou à noite à comissão de diretores sua renúncia com efeito imediato", informou em nota a entidade.
"A comissão está em processo de identificar um gerente-geral de forma interina e estabelecer um comitê de busca para encontrar um substituto permanente", completou a USA Gymnastics.
A demissão de Perry fecha uma semana tumultuosa para a entidade, sacudida pelo escândalo da nomeação e posterior renúncia da técnica Mary Lee Tracy.
A escolha por Tracy para o cargo de coordenador de desenvolvimento de elite, na última terça-feira, provocou uma onda de críticas por parte das vítimas de Nassar, atualmente preso por abuso sexual de inúmeras atletas.
Indignação
As vítimas lembraram do fato de que Tracy havia apoiado publicamente o ex-médico em 2016, mesmo após as primeiras acusações contra ele, que terminaram numa condenação a até 125 anos de prisão por abuso sexual de mais de 250 atletas.
Aly Raisman, integrante da equipe campeã olímpica em 2012 e 2016 e vítima de Nassar, foi um das vozes mais críticas.
"A USA Gymnastics nomeou alguém que, no meu ponto de vista, apoiou Nassar, criticou as vítimas e não mostrou o desejo de aprender do passado", lamentou Raisman em sua conta no Twitter.
Após a condenação de Nassar, Tracy se defendeu das críticas, afirmando que foi enganada pelo ex-médico e que não estava a par de sua conduta abusiva.
Mas, pouco dias depois de assumir o cargo, Tracy foi pressionada pela USA Gymnastics para renunciar devido às críticas.
"Lamentavelmente, não podemos expressar outra coisa do que nossa decepção. Nestas circunstâncias, sentimos que a USA Gymnastics está tendo problemas para gerenciar suas obrigações de maneira efetiva e é hora de considerar fazer ajustes na liderança", se pronunciou na sexta-feira a presidente executiva do Comitê Olímpicos dos Estados Unidos (USOC), Sarah Hirshland.
A equipe de ginástica dos Estados Unidos domina o esporte desde 2012, mas fracassou em sua responsabilidade de detectar os abusos de Nassar, que resultaram no maior escândalo olímpico da história do país.
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