Alemanha volta a campo com Löw sob pressão após 'despedir' três medalhões
Berlim, 19 Mar 2019 (AFP) - Os que são a favor e os que são contra Joachim Löw concordam em um ponto: ao retirar de maneira definitiva três campeões do mundo, o técnico alemão colocou pressão sobre si mesmo. Na quarta-feira começa sua nova etapa diante da Sérvia, em Wolfsburgo.
Depois de jogar o amistoso contra a equipe dos Bálcãs (16h45 pelo horário de Brasília), vai estrear nas eliminatórias para a Eurocopa de 2020 no domingo (também às 16h45) contra a Holanda, em Amsterdã.
"O futuro de Löw como treinador vai depender de sua capacidade de conseguir rejuvenescer de tal maneira que a Alemanha seja de novo uma candidata ao título na Eurocopa-2020 e não fracasse de maneira vergonhosa como na fase de grupos na Rússia (na Copa do Mundo de 2018)", observou esta semana o jornal Kicker, referência em informação futebolística.
Löw viajou a Munique no último dia 5 de março para comunicar pessoalmente aos jogadores Jerome Boateng, Mats Hummels e Thomas Müller sua decisão de tirá-los da seleção.
Logo depois fez o anúncio em público mediante um comunicado, provocando críticas entre os torcedores da seleção do país e dos próprios atletas afetados pela decisão.
Quantas vezes nos últimos anos Löw insistiu na importância "do equilíbrio entre juventude e experiência"? E sobre a necessidade dos jovens de "terem jogadores de referência para se orientarem"? Inclusive após a eliminação na Rússia-2018, voltou a chamar seus homens de confiança, os campeões do mundo de 2014, para os primeiros jogos em setembro.
A equipe não decolou e esteve perto de cair para a segunda divisão da Liga das Nações, mas Löw nunca falou em retirar os veteranos, deixando "descansar" apenas Sami Khedira e Jerome Boateng.
- 'Abandonar seus fundamentos' -Desta forma, a mudança de opinião parece brutal. "Dá a impressão de estar abandonando seus fundamentos depois de 13 anos no comando da seleção e de governar violando regras que sempre havia seguido", acrescentou o Kicker.
O grupo da Alemanha nas eliminatórias para a Eurocopa não é complicado, junto com Holanda, Irlanda do Norte, Estônia e Bielorrússia, que vão lutar por duas vagas.
"Quando decisões assim são tomadas, sabemos que há um certo risco. Minha posição depende da maneira com a qual vamos jogar e dos resultados, sei disso há anos. Não há um risco novo para mim", reconheceu nesta terça-feira.
Jürgen Klinsmann, seu mentor e antecessor no cargo, não parece compreendê-lo: "Pessoalmente, espero que a porta continue aberta para os três jogadores".
"São jogadores de alto nível, campeões do mundo. Se precisar, é muito importante poder recorrer a eles", disse em uma entrevista com a SID, a agência esportiva filial da AFP.
Os três jogadores estão em plena maturidade esportiva. Müller tem 29 anos enquanto que Hummels e Boateng, 30.
cpb/sg/pm/mcd/aam
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