Evento da NBA em Xangai é cancelado após polêmico tuíte sobre Hong Kong
A cidade de Xangai cancelou hoje um evento para fãs, um dia antes de uma partida de exibição da NBA, em plena tensão provocada por um tuíte do dirigente dos Houston Rockets apoiando os manifestantes em Hong Kong.
O evento foi cancelado pelos "comentários fora de lugar do gerente geral dos Houston Rockets (Daryl) Morey" e pelos do comissário da NBA, Adam Silver, informou em comunicado a secretária de Esportes de Xangai.
A partida de exibição amanhã entre o Brooklyn Nets e o Los Angeles Lakers ainda está agendada.
Na última sexta-feira (4), o diretor executivo da franquia texana, Daryl Morey, tuitou um pedido de apoio aos manifestantes da região autônoma chinesa de Hong Kong, que exigem menor controle do governo de Pequim, em meio a confrontos violentos entre as forças de repressão e os cidadãos.
A mensagem de Morey provocou a ira de diversos fãs da NBA na China, que criticaram o fato do dirigente dos Rockets ter se envolvido em questões de soberania nacional, aumentando a tensão.
O comissário da NBA, Adam Silver, declarou desde o Japão, onde o Houston Rockets e o Toronto Raptors disputam jogos de exibição nesta semana, que a liga "seguirá apoiando a liberdade de expressão e também a liberdade de expressão da comunidade NBA".
"A NBA não se permite regulamentar o que os jogadores, funcionários e donos dos clubes dizem ou deixam de dizer sobre esses temas", declarou Silver.
As declarações de Silver não foram do agrado da emissora de televisão pública chinesa CCTV, que anunciou ontem a suspensão da transmissão dos jogos de exibição previstos para esta semana.
A gigante chinesa da internet Tencent, que transmite por streaming os jogos da NBA para centenas de milhões de fãs na China, anunciou que tampouco transmitirá os jogos previstos para esta semana.
Hong Kong, ex-colônia britânica que voltou a ser controlada pela China em 1997, goza de ampla autonomia em relação ao gigante asiático, com uma justiça independente e o direito à liberdade de expressão.
O território, porém, atravessa há quatro meses uma grave crise política, com manifestações diárias que exigem sufrágio universal para a eleição do chefe do executivo local.
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